sábado, 15 de dezembro de 2012

Nem quantidade nem qualidade, mas sim intensidade!


O ano de 2012 está chegando ao fim e já posso sentir a energia de uma nova fase iniciando...

O ser humano só atingirá toda a capacidade da melhor finalidade da sua criação quando ele equilibrar instinto e racionalidade. Agindo somente por instinto ele é animal cruel e violento, agindo somente pela razão ele é máquina fria e sem vida, agindo com os dois ele é Homem!


Agradeço a Vida pelas experiências que tive neste ano. Agradeço o que aprendi e o que ainda não fui capaz; agradeço o quanto amadureci com os erros, com os meus vacilos e a força que encontrei em mim mesmo e em poucas pessoas queridas para seguir em frente; agradeço as minhas derrotas – e a elas digo provocativamente “ainda estou de pé!” –. Eu agradeço também por algumas vitórias, medos e dores superados, alegrias, como também a todos a quem compartilhei esses momentos. Eu agradeço poder ter tido a oportunidade de viver tudo isso. Por ter sido parte disto. Ter crescido com isso! Descobri neste ano que a intensidade é o que mais importa na vida. A capacidade de gozar profundamente de uma boa existência está em sentirmos os instantes, incorporando a vida. Um dia achei que quantidade e qualidade fossem as coisas mais importantes na vida, mas hoje acredito que o importante é sentir. Posso ver obras de arte de extrema qualidade e ainda assim não sentir absolutamente nada se isso não me toca; como posso ser fisgado por uma paisagem árida ou pantanosa. A capacidade de ver a vida com bons olhos está em nós mesmos. 

A grande questão não está na qualidade das coisas nem na quantidade do que possuo, mas sim no desenvolvimento desta capacidade de sentir com intensidade. Característica essa que eu particularmente sempre abominei por medo das emoções, do descontrole que elas me causam. Sempre evitei emoções muito intensas, buscando estar com um pé firme e seguro na racionalidade excessiva. Mas eu, na categoria de ser humano errôneo e em contínuo processo de aprendizado, hoje afirmo: viver sem intensidade a vida é como um pássaro que se recusa a voar ou um peixe a nadar. Simplesmente não é natural. E talvez nem seja possível. As emoções não nos trazem um descontrole, elas apenas nos lembram que nunca o tivemos de verdade! Talvez esse seja o nosso maior incômodo para sentir livremente, as emoções nos destronam do pódio que nós mesmos nos pusemos e isso evidencia o quanto somos regidos e pequenos frente a força da Vida. Acredito sinceramente – quânticamente falando – que somos instintivamente movidos ao altruísmo, a um bem maior, mas a racionalidade excessiva nos impossibilitou esse sonho. Precisamos aprender a ouvir os nossos instintos, porque instintivamente somos movidos a amar, a sonhar, a criar! Somos os únicos animais racionais por algum motivo, não seria a toa. A divindade e o altruísmo do Homem está nesse equilíbrio.


O que levaremos desta vida então é tudo o que fomos capazes de tocar e sentimos que nos tocaram também; aquilo que verdadeiramente nos doamos de coração, aquilo que nos embriagou a alma, que nos tirou o chão, que nos permitiu sonhar e criar, que nos enlouqueceu por instantes, sem o qual uma vida não valeria a pena. Vou para 2013 – se assim me for permitido – com a promessa de praticar o exercício constante de saber viver. Quero ter talento para viver melhor fora das páginas frias da internet, das estórias dos personagens dos livros, das imagens panorâmicas das revistas, dos vídeos em HD, das ilusões... A vida até pode ser rascunhada em palavras, mas ela só é perfeitamente descrita em silêncio. Através de oração, comunhão, contemplação. Não se aprende a viver numa tese de doutorado, a vida não pode ser significada num artigo científico, por essa razão nem terei a pretensão de me fazer entender neste humilde post, mas terei esperança de conseguir o que uma boa leitura faz: despertar a sua curiosidade! A curiosidade é o que te move. E movimento é vida.

O que aprendi este ano e gostaria de dividir neste post é que controlar demais a vida, por medo dos instintos e de emoções como dores e decepções, é impossível. Então curve-se diante da intensidade da vida. Mas aceite o jogo. Joga. Topa essa. Paga pra ver. Encara. Enfrenta! Cresça com isso. Entra de peito aberto em 2013 e se prometa algo melhor dele em diante. Ainda que nada se cumpra do jeito que você esperou, seja capaz de sentir com toda força os instantes de sonhos, de promessas, de desejos, porque a gente nunca sabe quais deles se realizarão!!! 



FELIZ NATAL E FELIZ ANO NOVO!

QUE 2013 RENOVE SUAS ENERGIAS E REALIZE SEUS SONHOS! 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Liberte-se deste excesso de um falso controle


"Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der" (Carl Gustav Jung)

Recentemente fiz espontaneamente uma avaliação mental com fins científicos, que se objetiva a caracterizar temperamento, comportamentos e aspectos pessoais, assim como também avalia sintomas e transtornos psiquiátricos possíveis. Fiz online. Gratuitamente. Utilizei este site. Vou dividir este post em dois temas centrais. No primeiro falarei da importância de nos expressarmos. No segundo, foco desse post, utilizarei o resultado do meu teste para argumentar sobre o excesso de um falso controle.


Achei interessante e gostei da elaboração e sistemática do teste, principalmente do resultado dele, que acredito que chegou muito próximo de como estou – neste momento. Alguns já devem ter notado aqui no blog que gosto de assuntos com um teor psicológico. Psiquiátrico. Filosófico. Sociológico. Gosto de ler artigos e matérias sobre eles sempre que posso. Sobre neurociência, quântica e medicinas alternativas também. Sou curioso e pesquiso sobre qualquer coisa que me interesse. Leio sobre um assunto, observo as teses contrárias sobre ele, avalio tudo e tiro minhas próprias conclusões - que jamais foram verdades absolutas, uma vez que nunca cursei essas especialidades numa faculdade por exemplo. Aqui neste blog então nunca existiu nem existirá alguma verdade absoluta. Se bem que nem mesmo um especialista será algum dia dono de verdades universais. Mesmo assim, continuo convicto da importância de todos nós termos opiniões pessoais sobre as coisas. É importante que nos posicionemos no mundo. Isso é ter atitude como pessoa!

Sei que utilizo um método dedutivo para escrever aqui, que pode sim ser a argumentação de um leigo em muitos assuntos, mas baseio-me sempre em referências e considero importante o ato da expressão. Não tenho dúvida que a humanidade só evolui na tentativa e erro, através da troca de experiências e opiniões contrárias e pessoais. É uma grande pena o fato de uma pessoa se intimidar pela opinião pública e deixar de expôr suas ideias em razão disso. Por medo talvez de ser taxada de arrogante, cala-se. Num silêncio que nunca emite o que pensa. Nunca fala do que gosta. Estando sempre a margem de si mesma. E isso é muito triste. Há pessoas de uma indiferença total a cerca de qualquer assunto, nunca têm opinião formada sobre nada. Vivem num relativismo pouco ou nada produtivo, que acho muito castrador, não traz criatividade nenhuma e no fim empobrece e enfraquece a existência. Expressar-se é viver! Expressar-se não é sinal de arrogância, sim de potência, de coragem. Arrogância consiste na forma de se expressar, não na expressão em si. Apesar de jamais existir um único caminho, isso não invalida o direito da argumentação. Da dedução. Daquele famoso chute! E se no fim se provar que estávamos errados o tempo todo, pelo menos alguém foi forte o bastante para erguer a mão e emitir sua opinião contrária!

Termino então essa parte do post lembrando que nascemos dotados de racionalidade. Se cada um tem o seu próprio cérebro, significa que não vamos pensar a mesma coisa que todos nunca. Então a gente não precisa fingir que pensa!

Quanto ao teste, uma coisa chamou muito minha atenção no resultado, que foi o aspecto "controle", um dos aspectos avaliados neste teste. Fiquei pasmo ao deparar com um altíssimo grau de controle no meu comportamento. Sei que sou bastante disciplinado e gosto de regras, mas fiquei realmente impressionado com a escala de avaliação para o quesito controle, que deu quase 100%! Noto isso agora mesmo, neste momento que escrevo. Eu escrevo uma palavra e já apago. Escrevo outra e reescrevo a frase inteira. Numa tentativa incansável de encontrar as palavras certas que darão o exato sentido ao que quero expressar aqui. E sabe o que é isso? Isso é uma pura besteira!
Não há palavras exatas. Há apenas uma ideia na minha cabeça. Mas essa neura quase infernal que me trava. Isso explica porque não postei nada nos últimos dias, mesmo querendo muito. Tive inúmeras boas ideias que, no instante que sentei para escreve-las, já não me pareceram mais tão boas assim. Então saí em busca de melhores ideias... Nem preciso dizer o resultado né, o que isso significa... O tempo passa e a vida vai embora...

Quando tentamos controlar demais a vida deixamos de vive-la então, porque Vida necessariamente é descontrole. Absolutamente. É improvável, intangível, indomável. A vida, as paixões, a alegria, os prazeres todos são impossíveis de serem totalmente controláveis e por natureza tendem a nos destruir. Ao vivermos demasiadamente uma paixão sentimos que ela nos adoece. Um prazer levado ao extremo pode ser a causa da nossa morte. A vida em si leva a morte. Porém é através de controle que existimos, e no entanto não significa que o excesso de controle garante domínio sobre a vida. Porque não controlamos nada em absoluto. Nem a nós mesmos!
Neste momento sinto como se estivesse em frente a um enorme outdoor, com letras garrafais, escrito: VOCÊ É DOMINADO!

Finalizo essa última parte dizendo que devemos ter um mínimo de controle em nossas vidas para vivermos plena e responsavelmente bem em família, em sociedade, com nós mesmos. Porém sem jamais buscar um controle absoluto sobre algo, porque no fim o que encontraremos não passarão de ilusões!


 

sábado, 3 de novembro de 2012

SOLIDÃO, ANGÚSTIA E INOVAÇÃO



É engraçado como ainda não percebemos quanto podem ser essenciais momentos de solidão. Há pessoas que temem tanto eles, que no menor pressentimento que enfrentarão a vida sozinhas, desesperadamente já procuram uma base fixa para se apoiar. Um ombro para segurar, uma mão para guiar a algum lugar, que ninguém melhor que elas mesmas para saber a direção. Mas se sujeitam a serem levadas ao sabor do vento, ao fluxo da maré, por medo dessa solidão que seria erguer as velas da própria nau e trilhar um caminho sozinhas. É um medo tolo esse, porque é impossível enfrentar a vida ao lado de alguém sempre. A única certeza é que viemos e partiremos dessa sozinhos. Não digo para ninguém viver só a vida toda, ser sozinho por opção, mas aprender a tirar o devido aprendizado de momentos solitários. São eles que moldam nossa existência. Apuram nossa capacidade de viver.

Acredito que a habilidade do homem afiar a si mesmo e recriar o mundo ao seu redor passa por momentos de solidão. Onde é apenas ele com ele mesmo. Não há a onde fugir. Nem a quem recorrer. A grande maioria desses momentos é terrivelmente angustiante; águas difíceis de navegar sem alguém ao lado como suporte. Nesses instantes que o homem entra em contato com a criatividade. São instantes de vida realmente sendo vivenciados. Somente a partir desse confronto com nós mesmos, com essas energias, que nos conheceremos um pouco mais; a partir daí surgirão novas ideias, novos olhares e o mundo renascerá! Todo ser humano passa por momentos como esses e eles fazem parte da sua trajetória. A vida não é apenas glórias e vitórias. Ela é um conjunto de forças conflitantes e contraditórias e enfrenta-las é inevitável. Viver é um exercício de luta constante contra nós mesmos. Sem drama! Evitar a dor é impossível, mas é necessário trabalhar com a dor inteligentemente. Se não podemos com a vida, convertemos a dor que ela nos causa em contenção ao nosso favor, impulsionando essa energia gerada a onde queremos. Não controlamos a vida, mas nós decidimos seu curso em nossa existência.

Da dor natural que é viver surgem dúvidas em relação a própria vida. Essas dúvidas geram um incômodo, que é angustiante porque é desconhecido; assusta, tira o sono, não deixa pensar direito. E esse desconforto traduzido em linguagem que a uns virá em forma de pintura, a outros em forma de dança, a outros através da escrita. Como veio esse post. Vem através da arte. A questão é que todo esse processo carrega em si um amadurecimento e só após atravessarmos surge o que chama-se Inovação. A inovação é o resultado desse processo que não deve ser negligenciado.
Muitos escritores e pintores passam anos de suas vidas sem publicar um único livro e pintar um único quadro. Lêem, observam, viajam, experienciam a vida. Mas, de arte, nada surge. E por que isso acontece? Não há inspiração. Nem necessidade. Sem ambas não há arte. No entanto, ao atravessarem um momento sombrio em suas vidas, rapidamente a alegria surge em suas obras. Como se fosse magica! Quando estamos com fome qualquer coisa parece saborosa. Sem tempo a perder, conseguimos fazer o dobro de coisas que faríamos com mais tempo. O que altera então? Inspiração e necessidade. Da mesma forma que a solidão gera um processo de inovação, a necessidade e a pressão potencializam a energia. Somos melhor motivados inspirados e necessitados.

Já me deparei com matérias de diversos “especialistas” tentando apontar os métodos para inovação. Congressos debatendo fórmulas para empresas alcançarem criatividade de colaboradores. Acredito sinceramente que isso até seja válido, porque de alguma forma estão discutindo, mas não apostaria em métodos ou receitas mecânicas e protocoladas. Até porque não há como tornar-se o que já se é. Nem aprender o que já se sabe. Parto de um princípio de que todo ser humano é naturalmente criativo e por natureza já sabe inovar. Quando somos criança, somos inovadores por excelência, dotados de uma capacidade de recriar e imaginar o mundo constantemente. Durante nosso crescimento, a cultura castra essa nossa capacidade natural, limitando nosso potencial. Criança é potencial puro! Assim sendo, o problema não é saber ou não saber ser criativo, é uma questão de cultura castradora que impõe severamente padrões absolutos e até cruéis. Um modo de pensar, de sentir, de falar, de Ser. Um único modo! Sem espaço ao novo.

Se queremos tratar de inovação, aprendamos primeiramente a viver sozinhos, a perder, a não sofrer com a contradição, a não temer o desconhecido, a enfrentar a nós mesmos e a pensar por si próprios. O desafio para a sociedade contemporânea e às empresas não é a criação de um método para as pessoas inovarem e sim uma mudança de cultura existente. Precisamos de uma cultura diferente da que vivemos até hoje para dar espaço à inovação. Que seja capaz de unir corpo e pensamento, que desenvolva nas pessoas uma visão crítica e holística sobre a vida, utilizando um pensamento complexo e sem o tradicional medo da mudança, do erro e da solidão.

sábado, 20 de outubro de 2012

Uma caminhada chegando ao fim...


Quase quatro anos atrás, minha caminhada universitária começava...
Na época, com 20 anos, ainda sem saber direito se cursava Administração ou Direito, tive que escolher rapidamente. Felizmente optei por Administração. Precisava, antes mesmo de conhecer sobre o universo jurídico, aprender a administrar melhor minha vida. Acredito que a primeira empresa que um administrador gerencia é sua própria vida. Aprendi que a vida se assemelha muito a uma empresa. Há setores. Família. Amigos. Trabalho. Estudos. Sociedade. Setor pessoal. Há horários, tarefas, desafios, estratégias. Decisões importantes, que devem ser tomadas quase diariamente. Tudo é muito parecido com uma empresa. E particularmente acredito também, que aquele que não sabe se administrar bem, também não consegue administrar uma empresa.

Apesar da dúvida de qual curso prestar, a faculdade eu já tinha certeza qual seria. Eu escolhi a UniPinhal. Por vários motivos. Primeiro, porque, mais do que ser um administrador, queria cursar Comércio Exterior, e na minha região era a melhor faculdade (*leia-se mais barato). Segundo, pelo fato de a faculdade ser longe da minha cidade natal, o que tornaria todo esse processo custoso, trabalhoso, cansativo, muito mais difícil. Mas eu queria isso! Sempre desconfiei de caminhos fáceis – um conselho: sempre desconfie também! Nunca vi com bons olhos caminhos tidos como "mais práticos". Então, em novembro de 2008, prestei o vestibular para Administração na UniPinhal, e sei que essa foi uma ótima escolha da qual nunca me arrependi. Durante todos esses semestres – oito para ser mais exato –, no qual hoje curso o último, aprendi tantas coisas sobre a vida. A principal delas foi a me tornar mais resistente frente às adversidades. Aprendi a persistir quando o cenário se torna difícil e a única saída é resistir. A vida exige, isso se chama bravura. Por experiência própria garanto, que os desafios que um estudante universitário, de família pobre, encontra pelo caminho para terminar seus estudos, não só são muitos como são imensos. Começar um curso superior é simples, difícil é conseguir conclui-lo. De maneira satisfatória ainda. Eu me lembro, no começo do meu curso, que as maiores dificuldades que eu tinha eram conseguir pagar as mensalidades da faculdade em dia e me manter acordado nas aulas depois de um dia exaustivo de trabalho. Até o corpo acostumar ao ritmo foi penoso. Um sonho que me custa três horas diárias, entre ida e volta, ora de ônibus, ora de microônibus, ora de van. Horas que eu sempre preenchi lendo, estudando inglês ou me preparando para as semanas de provas. Muitas vezes só queria dormir, para repor as poucas horas de sono à noite. Tudo isso valeu muito a pena, porque sabia que esse percurso até a cidade de Espírito Santo do Pinhal já era parte do meu curso de Administração – sempre pensei assim. O percurso me ensinou a ter paciência, a ser persistente, me garantiu um trabalho duro – e como disse antes e podem ver no post anterior, gosto do trabalho duro, porque nele eu confio. Olho para trás e tenho orgulho dessa caminhada...

Hoje faço esse post para recomendar a minha faculdade. A UniPinhal. Faço esse post de livre e espontânea vontade e digo “minha faculdade” de boca cheia, com muito orgulho. Aprendi a amar essa faculdade. Piso naquele lugar com alegria por estudar ali e com orgulho carrego essa instituição no meu currículo. Serei um administrador com ênfase em Comércio Exterior, formado pela UniPinhal, com um conhecimento amplo da vida! Com bolsa do PROUNI ainda – a partir do segundo ano. Na UniPinhal, obtive muito mais do que um conhecimento sobre o universo da Administração, aprendi sobre a vida em geral. Sempre tive aulas com professores que trabalhavam nas áreas de suas aulas. Mestres que me ensinaram muito. A missão foi cumprida, escolhi a UniPinhal porque queria também um ensino de boa qualidade e a faculdade fez a sua parte. Não tenho o que reclamar. Muito pelo contrário. Mais do que conhecimentos teóricos de administração, comércio exterior, recursos humanos, marketing, logística, finanças, contabilidade, processos de produção, aprendi a ser responsável pelo meu curso. Responsável pelas minhas faltas, responsável pelas minhas notas, responsável pelo meu aprendizado. A faculdade me deu todo o suporte que precisei e ainda me ensinou a desenvolver metódos de pesquisa. Esses anos moldaram meu perfil profissional.

Hoje estou prestes a me formar no curso de Administração e a UniPinhal está com inscrições abertas para o vestibular, que neste ano será realizado no dia 10 de Novembro. Divulgar é a forma que encontro para agradecer a essa instituição, aos professores e aos demais funcionários tudo o que vivenciei e aprendi nesses anos. Quero através desse post recomendar aos leitores que conheçam mais sobre o Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal, a UniPinhal, curtam a página no Facebook, e para quem for trilhar o caminho acadêmico faça o vestibular. Conheça os demais cursos oferecidos pela faculdade. Para mim valeu muito a pena, se eu pudesse voltar atrás, faria tudo novamente!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

P R E S S Ã O !


*Antes de tudo: referirei-me no post a seguir a uma depressão não-psiquiátrica, a um estado depressivo.

Gostei muito dessa semana que passou, porque ela me rendeu boas análises a respeito de algo que eu tinha ouvido uma vez, sobre ausência de energia ser depressão. Cheguei a conclusão que excesso de energia mal administrada também gera uma depressão. Essa semana passada foi um verdadeiro desafio (esclarecedor) para eu aprender a lidar com a pressão natural da vida. Sim, natural! Para fazer esse post, vou partir do princípio que pressão é algo natural da vida. Vou defender esse ponto de vista...


Quase fiquei louco com a tensão e a pressão das últimas demandas: trabalho, estudos para a semana de provas na faculdade – que foram mais difíceis que de costume –, projeto para as crianças, TCC... E ainda ansiedade, insegurança, expectativas. Dar conta de tudo isso correndo contra o tempo! Nada fácil – bem como a vida é –. Foi preciso fazer o tempo render e no fim terminou dando certo, improvisei quando possível, dormi pouco infelizmente e driblei o cansaço. A coisa toda fluiu – com muito custo –. Contava os minutos para chegar o fim de semana e descansar. Estou comentando isso, porque escreverei sobre como pressão e tensão são aspectos da própria vida e que podem – e devem – ser usados ao nosso favor. Passei a última semana tenso, cansado, mal. Quis dar conta de uma porção de coisas e não me sai tão bem quanto gostaria. Agora, vejo onde errei – por isso gosto de reflexão, ela nos permite avaliar onde a gente se engana e corrigir numa próxima –. A tensão é algo que infelizmente estamos aprendendo a lidar ainda a fórceps e na grande maioria das vezes não tiramos proveito dela como se deveria. Tirar proveito de pressão, estresse e tensão? Sim e pode ser algo necessário. Canalizarmos energias ao nosso favor, do que nos prejudicarmos.

No meu caso, semana passada, estava realmente cansado e piorou porque não administrei a ansiedade e a tensão, e ao invés de buscar mecanismos de vazão para a energia, eu a contive. Esse foi o erro. Conter! Eu podia ter feito exercícios físicos, dormido e me alimentado melhor, estabelecido um cronograma, tudo para administrar o excesso de demanda, mas no entanto fiz o que todo ser humano faz em momentos de pressão: reclamar! “Tudo eu”. “Não sou dois.”. “Vou ficar louco”. “Estou cansado”. “É muita coisa”. Agora que passou o tumulto e a poeira baixou, analiso as coisas com calma e enxergo diferente: a pressão nada mais é do que um excesso de energia sem vazão. E esse excesso pode ser positivo se for bem gerido e canalizado num alvo. Todas as vezes que estamos sobrecarregados de tarefas, uma pressão se instalou. Pressão é apenas um alerta para canalizarmos melhor nossas forças, administrando as demandas. Não é fácil, eu sei, ninguém aqui está dizendo que seja. Se assim fosse não existiria curso de administração nem livros sobre isso, nem yoga e meditação. Aprender nos organizar é simples, o difícil é a manutenção da organização. Arrumar um quarto é muito mais fácil do que mante-lo arrumado. Eu passei um bocado mal por conter um excesso de energia consequente de um momento naturalmente estressante. E a coisa toda beirou o pânico. Fiquei mal mesmo.

Bom, e a depressão? Vamos lá... O deprimido é aquele sem energia e vontade de viver, então ele vive quase como se estive “parado”, sem vontade de agir e se movimentar. A depressão então se traduz nesse caso, como quase a ausência do movimento (= vida). Quando passamos por pressão, acredito eu, há um excesso de energia sendo retesada e mal administrada e isso gera uma paralisação, também! Quem nunca ouviu a seguinte frase: “fulano quer fazer tudo e acaba não fazendo nada”. Nesses casos há um excesso de energia pedindo escoamento, que muitas vezes não há gerenciamento eficiente para ele. Assim terminamos não realizando tarefa alguma – mesmo querendo e precisando faze-las –. Quadro disso: engarrafados. Se ausência de movimento é igual depressão, eu acredito que a pressão é um resultado de coisas que não fluem, se engarrafam, estão presas, e da mesma forma se caracteriza o quadro de depressão anterior. E digo mais. Faço parte da linha de pensamento que crê que energia não é positiva nem negativa e acumulada por muito tempo nos adoece. Energia retesada por muito tempo ao invés de nos fortalecer, nos adoece e causa câncer, transtorno de pânico. Enfraquecendo o sistema imunológico. É uma sobrecarga! Sou sim a favor de um acumulo de forças para investimento num objetivo específico, porém não se pode passar do limite. A energia deve fluir, o seu sentido é esse. Ela pode ser investida e canalizada num alvo, porém deve correr definitivamente. Sentimos pressão como um sinal de que a energia não está fluindo devidamente, está acumulando demais. Numa represa quando isso ocorre ou se abrem comportas ou a água destrói a barragem. Assim é a vida, somos represas, podemos reter e potencializar o fluxo da energia, mas se não soubermos lidar com isso somos destruídos.

Estresse, pressão, tensão são excessos de energia que devem ser canalizados para um objetivo. E quando isso acontece o homem é capaz de fazer maravilhas! Essas sensações ao contrário do que dizem, são naturais da vida. São potencializadoras! Às vezes, a tensão e a pressão já podem ser consequências de uma ansiedade mal administrada, por situações mal resolvidas – não enfrentadas –. O que é a raíz do problema. Momentos tensos exigem mais de nós, pedem que cresçamos em algum aspecto. O importante é a gente entender isso. É a própria natureza pedindo mais coragem e mais potência e não se deve fugir. Não se evita a vida. Toda pressão gerará em si mesma uma contenção natural de forças, que pode ser contida ou canalizada. O acúmulo poderá ser combustível ou uma dinamite, depende de cada um. O mundo está rápido, nossa percepção é essa. Isso é uma consequência da evolução humana, não se barra, se potencializa inteligente e sustentavelmente. Se não há como barrar a vida, precisamos aprender a potencializa-la. A resposta sempre será de dentro para fora. Um caminho individual e pessoal. Aprenda a lidar com a pressão do seu dia a dia e potencializa sua energia canalizando num alvo. Ao fazer isso de forma eficiente você propulsionará sua vida com maior intensidade.

E aí, a sua energia está engarrafando ou fluindo bem? Está sentindo alguma pressão?? O que está fazendo a respeito??



domingo, 30 de setembro de 2012

A MODA É BRASIL!


Faz algumas semanas que não posto aqui no blog, a vida anda meio corrida. Meu curso na faculdade está chegando ao fim e já observo em muitos aquela expectativa natural para entrar no mercado de trabalho na área que estudou. A gente fica meio ansioso, e inseguro, o mundo está mudando muito rápido, é impossível saber o que esperar. Para o que se preparar! O que funcionava não serve mais e talvez o que hoje funcione amanhã também não sirva. A necessidade de adaptação, reinvenção e inovação é essencial.

Em últimas andanças pesquisando na internet e lendo artigos em revistas, fiquei muito feliz de ver que o nosso país é a bola da vez. O brasileiro é naturalmente talentoso, mas ando me surpreendendo com as coisas que acompanho. Acesso alguns blogs, sites, perfis, e noto como tem gente jovem se despontando, escrevendo tão bem (muito bem mesmo!) e sendo elogiados por isso. Assisto no Youtube músicas de cantores brasileiros que infelizmente não são tão reconhecidos pela mídia geral e vejo que fazem sucesso. Fico feliz por isso. Tenho a ligeira impressão que os olhos da mídia nacional (e internacional) estão se voltando para o Brasil e não mais para criticar negativamente apenas. Demonstrando nossas mazelas para o mundo. Porque já estamos cheios disso. Cresci ouvindo falar que brasileiro era sacana, sem vergonha, que burrice, comodidade e “noção de esperteza” eram características naturais da nossa gente. Parecia estigma. Ficava revoltado ao assistir filmes brasileiros que só retratavam favelas, assaltos e mortes, como se o Brasil se resumisse a isso. Gringos iam mesmo ter essa impressão sobre nós, lutávamos para passar essa imagem. Sensacionalismo a parte, só faltava dizer que aqui tinha canibal!

Agora vejo uma linha lutando de forma contrária, se esforçando para mostrar o nosso lado bom, e ainda existem muitos talentos escondidos nesse país. Escritores. Compositores. Músicos. Professores. Políticos. Donas de casa. Pessoas ilustres que ainda não receberam seu devido reconhecimento. Temos coisas boas como referência. Belas praias. Belas obras. Música e culinária invejáveis. A lista é generosa também. A diferença estava nos holofotes, todo o tempo miramos lá fora. Nas rádios brasileiras as músicas de sucesso eram estrangeiras. Os filmes considerados bons eram só os americanos. Livros, técnicas, tecnologias...tudo lá de fora, aqui, cultuávamos. Endeusávamos até! Enquanto o nosso povo era esquecido, as nossas músicas pouco conhecidas e tocadas, a nossa comida taxada de comum, o nosso gingado interpretado como vulgar e o nosso jeito de pensar apelidado maldosamente de “jeitinho brasileiro”, de povo que só pensa em tirar vantagem de tudo e de todos.

Sem preconceito e sem desmerecer outras nações, apenas defendo o momento do Brasil ser elogiado por algumas coisas, também temos o lado bom. Acho que durante todo o tempo nós mesmos esquecemos disso. Hoje quando ouço que está na moda ser brasileiro ou falar do Brasil dou é graças a Deus por isso. Que bom! Já era a hora mesmo de entrarmos em moda. Mais do que tempo. No Brasil tem violência, drogas, corrupção, tudo e mais um pouco? Tem! Todo mundo sabe! E não falo com orgulho. Mas lá fora tem também. Todos os países atualmente sofrem praticamente os mesmos problemas sociais e ambientais, se igualamos nas análises. Não cabe mais esteriótipos negativos. Tem político ético, tem pai de família trabalhador, tem policial justo, que são brasileiros. Tem um pouco de tudo aqui, da mesma forma que tem um pouco de tudo em qualquer outro país.
Estou muito feliz com esse cenário que está aos poucos mudando. Parece o famoso dito “o jogo virou”. Situações provam isso. Hoje leio revistas que escrevem positivamente sobre o Brasil, dedicando capas e longas matérias falando bem da nossa gente. Programas e filmes privilegiando algo positivo do país. Ou pelo menos saindo daquele esteriótipo “terra sem lei”. Sem falar que pela primeira vez se observa na cena internacional o Brasil sendo colocado com respeito nas discussões. Estamos conquistando o nosso espaço. Se antes éramos os bandidos ou os sem vergonhas dignos de correção, apenas os coitadinhos da roda, quando não os vilões, já se observa a mudança. Uma mudança vagarosa e capengante, mas que pegou gosto pelo avanço e aprendeu o caminho. O mundo parou (mesmo que a contragosto) para nos ouvir, para aprender conosco! Porque o brasileiro pode ter sido menosprezado e subjugado, mas ninguém tira o mérito da nossa gente de ter sobrevivido com desigualdade social e aprendido a matar um leão por dia para sobreviver, e mesmo assim ter conseguido o privilégio de progredir. Parafraseando o Zagallo: acho que daqui para frente vão ter que nos engolir!

domingo, 9 de setembro de 2012

"Desfronteirar" o Ser


No post anterior, falei sobre o pensamento linear e sobre a necessidade de desenvolvermos um pensamento complexo nos dias atuais; um pensamento mais elaborado, que leve em consideração a globalização.


O pensamento - unicamente - cartesiano (aquele linear), que desconsidera o todo, a contradição e a imprevisibilidade, é o fundamento de uma atitude nossa nociva nos dias atuais, que é dar respostas rápidas aos problemas de forma quase mecânica. “Sim ou não”. “Dois e dois são quatro”. “Logicamente isso levará naquilo”. Ao seguir essa fórmula engessada de raciocinar, cometemos dois equívocos principais: primeiro, não raciocinamos efetivamente sobre o problema e segundo, nós acreditamos ter domínio absoluto sobre a questão. Isso é o que tem levado a sociedade moderna aos graves problemas socioambientais que vivemos. Problemas que não admitimos que fracassamos em solucionar. A globalização mudou a realidade. Hoje nós vivemos, nos relacionamos, nos comunicamos, criamos, aprendemos e devemos educar de maneira diferente de quando o modelo linear foi criado. Na época, não existia internet, terrorismo, aquecimento global, nem sete bilhões de pessoas no mundo. A realidade mudou, mas o modelo permaneceu. A gente ainda aprende nas escolas o raciocínio linear e o reproduzimos repetidamente. “Primeiro uma coisa, depois outra, em seguida outra...e o veredito absoluto”. Num ritmo sucessivo, que desconsidera variáveis e imprevisibilidade. Hoje já se sabe que esse tipo de pensamento não garantirá a sobrevivência humana; o modelo linear, unicamente, não serve mais.

Qual o objetivo desse post?
Quero nos fazer pensar sobre o pensamento complexo de forma empírica. Prática. Não sei se é porque a discussão ainda é recente, acho que estamos de mais teóricos! Falamos da necessidade de desenvolvimento do “pensamento em rede”, mas não se fala sobre o assunto com praticidade. Como desenvolver esse “tal” pensamento complexo é o que deve nos interessar. Por onde começamos? Será que o caminho é apenas através da Educação (básica!)? E quem não estiver estudando (resolva-se sozinho!)?
Sinceramente, acredito que fórmulas concretas e exatas nunca existirão mesmo. Eu sei. O que precisaremos é constantemente analisar o que funciona e o que não funciona mais, rever e recriar o modo de olharmos e pensarmos sobre tudo - sempre -. No entanto, quero abrir um parênteses: não quis dizer no post anterior que o pensamento linear não sirva. O ser humano usa a linearidade para ordenar os pensamentos, raciocinar e dar uma síntese. De outra forma a gente enlouqueceria. O pensamento linear então é necessário, sim, sempre será. Porém, diferente de uma máquina como um computador por exemplo, o cérebro humano suporta complexidade. Não só suporta, como trabalha bem com a complexidade. O que isso significa? Na prática, mais do que criar um modelo de pensamento novo, precisamos de um estilo de vida complexo, onde continuaremos utilizando o pensamento linear para ordenar as tarefas diárias, porém, misturando tudo simultaneamente! Entendendo que não controlamos tudo, mas entendendo de tudo um pouco!

O que acontece nos dias de hoje é que, por exemplo, num curso superior, quem estuda uma determinada área acaba só estudando sobre aquela área. Os aprendizados de outras áreas não se misturam. Quem faz determinada atividade, termina se limitando apenas aquele universo. Como se o conhecimento não fosse integrado. Por quê? Porque acredita-se que a simultaneidade e a diferença confundiriam o aprendizado, o cérebro. Eu não acredito nisso! Se a realidade presente nos prova, que futuro será da diferença, da pluralidade e da multiplicidade, o estilo de vida que devemos ter daqui em diante não pode seguir moldes isolados. Não vai funcionar. Não sobreviveremos assim. No futuro, acredito que os profissionais mais completos para trabalhar não serão aqueles experts numa única área, mas sim aqueles que saberão de tudo um pouco, tendo ampla visão do todo.
Nós precisamos desautorizar o mito, que diz que o nosso cérebro enlouquece com a complexidade. Que ele não suporta ou não trabalha bem com a simultaneidade. O cérebro humano é superior ao mais avançado computador existente (na minha opinião), porque ele é capaz de gerir um estilo de vida não linear, sem fundir, sem queimar, sem entrar em pane. Somos os únicos animais que suportam isso. Sabemos que vivemos, que um dia vamos morrer e que, em algum nível, somos controlados. O homem utiliza o “fio” da racionalidade apenas para gerar uma síntese de conhecimento, porém ele não é refém desse “fio” no processo! A máquina não calcula o imprevisto e a contradição, por isso não suporta o erro, mas o ser humano suporta! A gente cai, levanta e continua. A gente aprende errando e se supera.

Devemos sim nos dedicar em tudo até chegar a uma conclusão. Porém, não podemos acreditar que um conhecimento esteja desconectado do outro ou que vamos aprende-lo isoladamente. Temos que aplicar esse modelo complexo nas nossas atividades diárias. Ler de bula de remédio a Shakespeare. Assistir de desenho animado a documentários sobre a fauna e a flora. Ouvir de "eguinha pocotó" a Frank Sinatra. Praticar de exercícios para o corpo a exercícios para a mente. Refletir o nosso ponto de vista e todos os outros pontos de vista sobre a mesma questão. Contar piadas e filosofar. Dançar samba, forró e valsa. Precisamos é adquirir um estilo de vida múltiplo. Diferente. Pluralizado. Sem preconceitos. Parar com esse negócio bobo de "isso não é da minha área". "Isso não é minha praia". Tudo nos interessa! Tudo pode ser interessante! Enquanto estou sentado na carteira, em sala de aula, assistindo meu professor, o MEC está discutindo sobre mudanças na Educação, existem projetos para aumentar a malha ferroviária brasileira, estamos em ano de eleição, tudo o que está acontecendo fora da sala de aula em que estou me atinge (ou atingirá) sensível ou insensivelmente, quer eu queira ou não. Como na frase, que desconheço o autor: "O bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque.". Assim sendo, nós não podemos achar que o saber se fará isolado, não integrado. Mais do que um novo modelo de pensamento, precisamos “desfronteirar” o Ser!


Um último conselho: misture sim, mas nem por isso perca o foco!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

NÃO LINEARIDADE E COMPLEXIDADE

Já imagino que tem gente torcendo o nariz depois de ler o título. Vamos fazer um esforço...


Nas últimas semanas, passei um tempo pesquisando na internet sobre como será o cenário futuro e também estive lendo matérias em revistas e artigos online sobre o mesmo assunto. As perspectivas e tendências desse “futuro em rede”. Com base em uma opinião pessoal minha, sobre o que venho lendo e também tenho observado atualmente, acredito que o futuro não será fácil, por causa de “n” fatores que praticamente vão nos obrigar a mudarmos o olhar sobre a vida e adquirirmos uma atitude diferente de pensar sobre os problemas. Com um olhar mais amplo, que alcance o todo e um pensamento não linear, complexo, seremos mais aptos a encarar e conviver com os desafios que virão. Mas isso resulta também num ensino educacional com modelo(s) diferente(s) (que já estão sendo estudados pelo MEC), num “corpo empresarial” mais preocupado com sustentabilidade – de outra forma não sobreviverá por “n” razões –, num “corpo governamental” mais engajado em crescimento e desenvolvimento também – ou o bem estar não acompanhará o aumento do PIB –, e numa sociedade mais ambientalmente consciente e politicamente ativa – para que exista um estilo de vida sustentável e equânime –; tudo baseado em princípios éticos, morais, legislativos mais claros, mais humanos, mais firmes e mais justos!

Alguns assuntos estão em alta na boca do povo, sendo discutidos por muitos veículos de comunicação e algumas palavras têm ganhado muita força também. “Os caminhos de uma educação mais reflexiva”. “O perfil de um novo profissional mais humano”. “As profissões que ascenderão ou terão de se adequar”. “Quais as promessas e ameaças desse 'futuro em rede' ”. Justiça, honestidade, liberdade, singularidade, são palavras entrando fortemente no nosso vocabulário cotidiano. Isso tem significado que a população em geral está mudando o seu modo de pensar e está começando a questionar o que é bem estar, e o governo e as empresas notam que se faz necessário reformular suas práticas por causa exatamente disso. Vivemos em sociedade, mas cada um de nós quer ser visto, ouvido e lembrado como um indivíduo único, diferente, com necessidades desiguais. A tecnologia tem permitido ao cidadão consumidor conhecer mais a fundo sobre as atividades socioambientais das empresas e dos governantes. A maior característica do mundo atual, que será ainda mais acentuada no futuro na minha opinião, é essa potencialidade de desenvolvimento do ser humano e ao mesmo tempo a imprevisibilidade do cenário. Uma capacidade de forte desenvolvimento da população, paralelo a uma capacidade do próprio sistema se reformular e se transformar tão rapidamente contrariando espectativas. Isso explica o porquê o pensamento linear é reducionista; o futuro será (o que já é, ainda mais acentuado) complexo. Onde o foco será a multiplicidade, a pluralidade e a diferença. Onde quem domina é o homem, não a máquina! O burro da estória é o computador, porque ele utiliza apenas pensamento cartesiano para funcionar. Nós trabalhamos com a complexidade. A potencia máxima será o Capital Humano e ao mesmo tempo não poderemos (como já não podemos!) prever com precisão, nem controlar o cenário completamente sem admitir que também somos controlados pelo sistema. E como disse a filósofa Viviane Mosé inspirada por Edgar Morin, através do "princípio de instabilidade", cairão-se as barreiras e a internet acabará com o gueto do conhecimento! Assim o papa do conhecimento será o curioso, o criativo, o inovador, o que estará sempre disposto a se reinventar.

Percebi que esse meu interesse em tentar prever o cenário futuro tem sido uma vontade de muitos, o que diferencia é o enfoque do estudo. As empresas querem saber para produzir e vender melhor, serem mais competitivas e terem uma gestão mais humana. O governo quer responder às necessidades da população da melhor forma e vai apostar em investimentos na educação daqui em diante. Só um parênteses nisso: um dos principais medos dos nossos investidores em Educação é se isso garantirá uma melhor educação de fato! Na minha opinião, sim e não! O que vai depender é a administração ser bem feita. Já obtivemos provas de outros países que investiram em educação, mas não conseguiram aumentar os índices de ensino, porque não tiveram uma boa administração. A fórmula, mais do que maior investimento, é uma boa administração como sempre. Um pai de família pode ganhar um salário mínimo ou dois, ele vai se endividar do mesmo jeito se não souber administrar bem suas economias. O país precisará seguir esse mesmo princípio: uso inteligente dos investimentos, com boa administração e expectativas a longo prazo - desde o ensino básico!

Tenho absoluta certeza de que nunca saberemos, comprovadamente, o que dará certo. Mas nós já sabemos o que não tem dado! Estamos naquela fase que vou apelidar de “Pós Divórcio”. Nunca me casei e criei esse apelido agora, mas acredito que ele exemplifica muito bem isso o que quero explicar. Depois que alguém se separa, para mim é natural que essa pessoa sinta vontade de se relacionar de novo, mas ela não tem a menor ideia do que encontrará no caminho, ela apenas sabe o que ela não quer mais encontrar! Por experiência do que já vivenciou e terminou não dando certo. Nós estamos num momento muito próximo dessa analogia, a humanidade sabe que o futuro será incerto de qualquer forma, mas estão despencando nossos paradigmas, colocando em xeque a nossa sobrevivência. E nós temos isso como trunfo nas mãos. Os erros! As experiências que trouxeram lições. Sabemos o que não deu certo até aqui. Consumismo desenfreado. Idealismos. Verdades e não verdades cristalizadas. Preconceitos. Niilismo. A sociedade não pode, por medo de um futuro diferente e desconhecido se intimidar e não avançar. Acumulando pessoas depressivas. Quando caí de bicicleta a primeira vez aos 6 anos de idade, confesso que me deu vontade de nunca mais subir numa, porém se eu não tivesse tentado novamente e não tivesse continuado a cair até aprender, hoje ainda não saberia. Nunca ninguém aprende coisa alguma na vida sem deixar o medo de lado e se arriscar. O que precisamos nesse momento do nosso país é apostar mesmo em educação, planejamento e desenvolvimento, mais inovação, valorizar o capital humano e apostar sem medo. A coragem para avançar em investimentos, mãos firmes para controlar e uma boa administração são o que minimizarão os riscos desse futuro!


Miguel Nicolelis explica como a interface cérebro-máquina altera a maneira como nos comunicamos e de que forma a neurociência deve transformar o que conhecemos como formas de trabalho e as relações no ambiente profissional, em entrevista especial para a HSM.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

IDENTIDADE BRASILEIRA


Estive em uma instituição que realiza atividades socioeducativas com crianças que os pais trabalham fora o dia todo. Essa instituição acolhe essas crianças em tempo integral e durante esse período realiza ótimas atividades com elas. Mas o que eu gostei mais de ver foi como respondem bem a tudo, como elas são organizadas e espertas. Elas sabem que têm talento para qualquer coisa, mas sabe o que lhes falta? Quem acredite nisso além delas. Conversando com o pessoal da instituição, descobri que elas passam pelo mesmo dilema que o típico brasileiro sofre muito: falta de crédito e ausência de portas abertas. Apesar delas serem carentes, não é de dinheiro que elas mais precisam, é de atenção e confiança. São crianças carentes de amor e carinho e precisam de cuidado e espaço na sociedade, para crescerem e se desenvolverem com grande potencialidade; elas precisam que confiem nessa capacidade delas fazerem isso. Sem menosprezo nem descaso. É um trabalho complexo, um esforço conjunto entre sociedade, governo e empresas, e uma questão de dar mais crédito e oferecer mais perspectivas. Por que eu estou escrevendo sobre isso?

Porque essas crianças que conheci refletem claramente o povo brasileiro em geral. Há um imenso potencial latente na população e acredito que nós ainda não notamos isso. O que mais falta para o nosso país crescer economicamente e desenvolver todas as camadas sociais é darmos atenção para a nossa própria raça. É preciso recriar coisas e cavar canaletas. Somos um povo incrível e não deveríamos mais duvidar disso. Sem desmerecer outras nações, acredito que o brasileiro tem algo de muito especial na forma peculiar de fazer cultura; tem um talento na gente que é diferente do restante do mundo e o restante do mundo já notou isso faz tempo. (E temem isso!). Só nós que ainda não percebemos direito essas coisas. A grande maioria do povo não é mais criativa não por falta de saber ser, mas por falta de encontrar espaço para ser. Não há cuidado com o ensino, não há políticas públicas privilegiando a cultura e não há caminhos para demonstrar o que em nós sobra: um jeito específico de fazer música, de canta-las, de dança-las; um jeito específico de viver, de criar, num gingado que dribla a dificuldade diária e equilibra em braços fortes contas a pagar e salário mínimo. Muitas vezes é por esse descaso e esse desinteresse que nos entregamos e ganhamos fama de povo acomodado. Mas há grandes exceções...

O nosso problema não é tanto pensar e ser criativos, porque pensar a gente até sabe bem quando quer e criatividade também temos (é preciso para sobreviver). A discussão central está em não haver espaço e não existir o devido cuidado com o planejamento desde as crianças. Por isso devemos mexer no nosso país desde as bases! Somos um povo briguento, mas ainda hoje não sabemos brigar e nos entregamos fácil. Não sei porquê desse jeito de caminhar de cabeça baixa pelo mundo. Ainda há um resquício de “sim, sinhô” no nosso sangue. Uma passividade sanguínea. Por um débito já pago! Precisamos perder esse medo de nos assumirmos como brasileiros definitivamente, que não mais devem nada a ninguém e recriar caminhos para a nossa própria gente inovar e se reinventar. Temos um incrível potencial para isso, que se justifica na nossa própria cultura, nessa forma difícil que fomos criados desde sempre. Sabemos muito bem lidar com as adversidades. Agora é necessário criar outros modelos, seja através de políticas públicas, de oficinas de teatro, dentro de escolas em salas de aulas, através de projetos socioeducativos, seja através de tudo isso e muito mais, o mais importante é que trabalhar no que é nosso. E cavar canaletas para que essas crianças continuem abrindo caminhos no futuro. Precisamos urgentemente de uma nação que seja capaz de criar e sustentar a realidade que o país quer alcançar.

Acredito sinceramente que uma das grandes coisas que o governo anterior fez ao nosso país foi abrir caminhos. Política a parte, ele nos colocou (como país) no mapa! Defendo que essa é a receita. Abrir caminhos. Mas também ensinar esse povo a pensar e privilegiar o capital humano nacional, porque talento há! O país está crescendo, há inúmeros projetos para ampliar a nossa malha ferroviária, aumentar o transporte aquaviário, portos secos etc. Muitos países estão investindo maciçamente em inovação, P&D (Planejamento e Desenvolvimento), e estão conseguindo desenvolver a economia enquanto o Brasil está importando mão de obra!!? Nós estamos importando mão de obra porque não temos planejamento, atenção e coragem de educar o nosso próprio povo para trabalhar no que é nosso, e isso é uma vergonha nacional! O trem está caminhando a todo vapor e lá na frente vamos precisar de pessoas competentes para dirigi-lo e dar continuidade nesse caminhar. Ou o país quer ficar nas mãos de estrangeiros, de novo!? As políticas públicas, nesse momento importante do nosso país, devem contemplar mais do que nunca a cultura, a educação, a inovação, através de modelos de ensino reflexivos e globalizados, para que as nossas crianças (se) enxerguem (n)o mundo. Consigam lidar politica e sabiamente com os problemas trazidos pela modernidade. Problemas que vão muito além dos exercícios escolares. Problemas complexos e integrados.

É hora de apostar no nosso povo desde as bases! Pegar os nossos educadores e trabalha-los com amor e respeito, buscar formas de pagar a eles salários dignos, para que eles coloquem essa moçada para fazer o que nós fazemos de melhor: criar! Como diz minha avó: "essa molecada só faz arte". Realmente, o povo brasileiro faz e das boas ainda! Vamos parar com esse negócio de “sim, sinhô” e erguer a cabeça de uma vez por todas, vamos colocar essa criançada para pensar de verdade nas escolas e apostar nelas, mas acima de tudo vamos assumir a nossa identidade brasileira. Uma grande característica de nação madura é saber se colocar e se posicionar como tal. Nós somos brasileiros!!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O que você está fazendo aqui?


“Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto.” (Millôr Fernandes)


Já reparou como todos nós fazemos tamanha força para aparentarmos apenas a nossa melhor parte na internet? A imortal. Aquela fake... Viemos à internet no passado para melhorar nossa vida cotidiana, aprender mais, nos entreter, nos informar, em busca de qualidade. Viemos com o objetivo de tornar a comunicação mais rápida, menos falha, com o propósito de maior socialização também. A proposta inicial me parecia essa, organizar e facilitar a vida contemporânea. No entanto, anos depois, nós entramos diariamente nesse espaço virtual na construção de um lugar ideal, um mundo irreal, que parece muito possível ser obtido com essa tecnologia. E nele transparecemos que somos inteligentes – não, inteligentes não mais, agora a moda é parecer culto. Eloquente. Grandioso! Todo mundo sabe sobre tudo, sobre todos, a qualquer momento, e no fundo ninguém conhece ninguém e entende das coisas apenas na superficialidade dos dados. Mesmo com tantas informações continuamos estranhos desconectados. Mas a vida nunca pareceu tão agradável! Com a pasteurização da internet tudo é bonito. O desempregado, desarrumado, introvertido, chato, nas redes sociais fica bonito, bem vestido, popular e chique – pois a moda agora é ser bem vestido também. Eu sei, sou um desses e isso me envergonha muito. Entendo bem desse universo, porque estou nele nesse momento e sou um dos seus usuários. Ele nos encanta com as possibilidades! É tão fácil constatar o que estou falando, é só dar uma passadinha rápida por alguns perfis em qualquer uma dessas diversas redes sociais existentes. Aliás nem precisa ir muito longe não, olha aqui mesmo no perfil do meu blog. Pareço muito bem, não é? Tentei parecer... Mas isso não significa que sou outra pessoa, mas também não significa que sou desse jeito, todo dia. Barba feita, cabelo com gel e no melhor ângulo – que consegui depois de tirar umas dez fotos. “Editei” o que quis transmitir. Escolhi a melhor foto que eu tinha no meu notebook. E a descrição sobre mim? Claro que eu colocaria só a melhor, é a meu respeito né, jamais descreveria algo negativo sobre mim. Quero parecer legal. Bem visto e bem quisto. Preciso muito disso. Marketing pessoal é realmente tudo!

É claro que estou ironizando essa situação séria e sendo bastante sarcástico com isso. Marketing pessoal não é nada disso, você não precisa ser falso nem se descrever mentindo para agradar alguém. Deve ser quem você verdadeiramente é, nos dois mundos. Transparecer o que sente. Mas na realidade não é o que está acontecendo. Fugimos da vida cotidiana real para a virtualidade, porque ela garante um controle de coisas que não temos fora desse espaço. Na internet podemos ser quem quisermos, ter muitos amigos – e sem precisar conviver com a chatice de algumas pessoas, o mau humor de outras, sem TPM... Relacionamento interpessoal é zero. Fora da net tornou-se chato, cinza, sofrível. Mas se querem saber a verdade, a vida não “tornou-se” coisa alguma, ela sempre foi assim: altos e baixos, pessoas de todas as personalidades, adversidades que temos que lidar e conviver porque somos sociedade. Mas o que aconteceu foi que a internet nos mostrou as maravilhosas oportunidades de sermos quem quisermos, até o que não somos e é essa a grande isca, pois nunca estivemos satisfeitos com o que somos. Adoramos é idealizar a vida. Podemos mudar, ser diferente, não tolerar quem não queremos; para que vamos ser reles mortais então? Aguentar outro ser humano cara a cara, assumir nossos fracassos, nossas falhas e andar de cabeça erguida numa sociedade onde todos parecem vitoriosos e onipotentes em seus castelos construídos virtualmente? Querem saber, acho que temos dado importância de mais para a estética das coisas. Para a reação das pessoas. Para o julgamento alheio. Nos importando de mais em criar um mundo bonito, divertido e alegre virtualmente e nos esquecendo de tentar isso na vida real. Com isso, passamos cada vez mais tempo presos nesse lugar tentando achar alguma coisa que fora dele não encontramos. Precisamos tirar vantagem da internet e não o contrário! Porque quando os recursos do planeta não forem capazes de suprir a nossa enorme demanda, além de ainda não estarmos satisfeitos, vamos viver aonde? Ou alguém aí já comprou seu terreninho em outro planeta? Ouvi dizer que tem umas praias ótimas em Marte...

Esse espaço está se resumindo em nossa vida ao ponto de se torna-la. A internet está nos dando esse poder. Mas o objetivo dela era esse? Afinal, qual é o objetivo da internet? Organizarmos nossa vida, trocarmos ideias e soluções uns com os outros, aprendermos, batermos um bom papo ou criar uma vida virtual paralela? O que você tem feito na internet??

Hoje não tem como saber se a pessoa que vemos no avatar é realmente a que está por trás dele. Será que ela é tão bonita quando a da foto? Será a da foto!? Será tão legal quanto a descrição do perfil? Não dá para saber se aquelas palavras utilizadas para descreve-la é o que realmente ela é ou o que gostaria de ser ou se a sua imagem não passou por um desses “programinhas manipuladores”, porque há um abismo que nos separa. Estamos conectados por abismos de distância! Somos perfeitos e grandiosos, aí clicamos em “sign out” e a ficha cai. A realidade é bem diferente... Sabe quem eu sou?
Um jovem universitário pobre, que não sabe de nada, dependendo do ângulo bonito, dependendo do gosto bem vestido, dependendo da análise verdadeiro, maduro para algumas coisas, mas totalmente inexperiente para outras, que quer te dizer o seguinte: “ – Use a internet mas não seja usado por ela, tire proveito! Pois enquanto você está aqui lendo minhas palavras, a vida está acontecendo aí a sua volta – afasta o seu olhar dessa tela pra você ver. Aproveita o que você leu aqui e saia respirar ar puro olhando para o céu, para o Sol, reflita, pisa um pouco no chão, abraça o seu filho, conversa com ele!, brinca com seu animal de estimação, porque enquanto está aqui a sua vida está acontecendo... Nem mesmo eu – o autor – estou aqui neste momento, porque enquanto está lendo essas palavras (que eu já escrevi), fui viver de verdade...” .

Mas volto! rs rs rs


Trailer OS SUBSTITUTOS (The Surrogates) - Legendado
No filme, “em 2054, humanos vivem isolados interagindo através de andróides chamados Surrogates. Quando assassinatos começam a ocorrer, um policial sai de casa pela primeira vez em anos para descobrir uma conspiração”.



É isso o que queremos!?

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Pensamento é músculo


“- Simples. Eu tenho que falar de uma maneira simples...”.
É esse o conselho que me dou para tentar explicar o que quero. Por quê? Porque o que quero explicar é um pensamento muito complexo e receio que ninguém entenda o que quero passar.



Tenho feito reflexões muito profundas sobre a vida (sobre a mim mesmo). Este blog tem como objetivo fazer o leitor repensar, refletir, questionar sobre a si mesmo, sobre a sua própria vida. Eu mesmo repenso, reflito e questiono o que escrevo aqui sempre. Mas percebi que algumas coisas que posto podem ser difíceis de acompanhar para alguns e isso me fez lembrar de uma época da minha vida – e por essa razão escrevo esse post, que já dou nome: “Pensamento é músculo”. Vou contar uma breve história minha...

Uns anos atrás, acredito que uns quatro ou cinco talvez, era noite e fui assistir a um programa de televisão, onde uma apresentadora (não me lembro quem exatamente) argumentava sobre um tema. Acredito que era sobre Felicidade – não me lembro ao certo –. Porém me lembro muito bem que não consegui entender nada do que ela falou; minha capacidade de entender não acompanhava o raciocínio dela; não consegui assimilar a complexidade da sua linha de raciocínio. Minha visão de mundo era bem fechada e limitada, e até então eu não tinha o hábito de refletir sobre nada. Então achei o programa chato, a apresentadora estranha e em dois minutos (no máximo!) troquei de canal. Juro que até me esforcei para acompanhar o que ela dizia sobre Felicidade, mas a complexidade do seu discurso era tamanha que eu tive dor de cabeça. Foi mais prático julgar aquele programa como chato, desinteressante e sem utilidade para a minha vida.
Só que não me dei por vencido! Como acho que deveríamos fazer com tudo na vida que nos confronta e nos desafia. Não desistir. Você até pode deixar quieto por um tempo, enquanto adquire mais forças, mas numa hora ou outra retorne e tente novamente. Seja o que for.
Naquela época – vai parecer estranho –, eu queria entender aquele programa. Mais que isso, eu queria entender sobre o que ela falava, especificamente. Por que era tão difícil? Nesse momento percebi algo. Quando um entendimento é grandioso ou complexo demais, a gente se afasta e o declara como chato, porque é conflitante. Mas isso só significa que a nossa mente está menor do que o entendimento. Precisamos expandir. Expandir a visão e a nossa existência.

Quando você quer tonificar um músculo, o que você faz? Exercita-o, não é? Seja lá qual for o movimento que você fizer com esse músculo estará trabalhando-o. Você só precisará respeitar os limites do seu corpo. É da mesma forma o pensamento! Pensamento é músculo! Reflexão é músculo! E da mesma forma atrofia e atravanca o movimento (= a vida).
Corpo sedentário é ruim para a saúde? Mente sedentária também! Ao constatar isso passei a praticar reflexão com maior frequência. Mas como se pratica reflexão!? Pensando! Tendo vontade de pensar! Na minha opinião (de leigo), a filosofia dá ferramentas para elaborar melhor as ideias, para estruturar a construção de um pensamento. Como se você fosse um arquiteto. Quanto mais você pensa sobre si mesmo, mais você está refletindo sobre a vida, porque você é a vida! Então refletir sobre si é refletir sobre a vida.

Imagine-se frente a frente com uma parede. Aí, nessa parede você desenha um ponto. Com o seu nariz colado nesse ponto desenhado na parede, você apenas tem a visão do que os seus olhos alcançam. Que é muito pouco. Agora, ao dar um passo para trás, a abrangência da sua visão aumenta. E quanto mais passos para trás você der, mais amplitude a sua visão ganha. Refletir é “dar passos para trás”. Irá chegar um momento (que é o ponto que eu espero que a humanidade chegue) que de tantos passos dados para trás, a sua visão de mundo se tornará você. A parede é você e você é a parede. Não será mais você quem vê, a vida é quem vê através de você.
Mas é lógico que até você chegar nesse ponto e você entender isso tudo, você precisará refletir para “trincar” o seu pensamento. Pensamento sarado! De que forma você faz isso? Pensando, primeiramente, sobre si mesmo nas pequenas coisas do cotidiano. Pensando sobre a sua própria vida no dia a dia. É o que eu faço de uns cinco anos pra cá. Ao deitar a noite (pode ser durante o dia, ao acordar, durante o banho, no quarto ou onde quiser, isso não é “receita de bolo”) pense em algumas atitudes suas. Pense no que você fala. Pense em você mesmo; tente se ver nos seus pensamentos. Esse é o primeiro passo, quando você começar a se ver em terceira pessoa, enxergar a si próprio e se analisar. Essa é a nossa maior capacidade: existir e enxergar a existência.
Então, da mesma maneira quando estamos fazendo abdominais e o nosso condicionamento físico vai melhorando e suportando mais séries gradativamente, é a forma de pensar. Quanto mais você pensar sobre suas próprias ações, mais o seu pensamento se tornará complexo. Caberá mais mundo dentro de você. Mais vida. A partir daí você começará a viver de verdade esse sistema complexo que se chama Vida. Passará a pensar melhor. Falar melhor. Viver melhor. Entendendo o todo.

Eu não sou o “cara” da reflexão, não! Nunca serei. Nunca ninguém foi também. Sou apenas um dos que gostam de pensar e tem curiosidade sobre todas as coisas. Que acredita que o pensamento é um músculo e por isso precisamos malha-lo para criar arte. Refletir para não atrofiar (= alienar). Sabe qual foi o meu maior ganho nisso tudo? Capacidade de aceitar as minhas contradições naturais, capacidade de saber viver com as perguntas sem respostas, capacidade de suportar o sofrimento dos momentos de transição e capacidade de sentir e viver a vida com gozo, vontade, potência e coragem!
Treine o seu pensamento. Questiona. Questione-se. Questionar é viver. A vida é um eterno perguntar sem responder. Não sabemos nem onde nem quando a vida começa; o que ela é ou para onde ela vai. Nós apenas temos a existência. Então, construa a sua de maneira criativa!

Viviane Mosé em Anamnese falando sobre existência, sofrimento, auto-medicação, idealismo, violência, entre outros temas.



Nota: Criei esse post baseado, também, em entrevistas que assisti, na internet, da poeta, psicanalista e filósofa Viviane Mosé. Até fiz uma coisa que não faço a muitos anos, um poema:

Saber (Não) Ser

...Eu
sou.
Sou?
Sei, sou!
Sei? Sei explicar...
Nasci. Respiro. Sinto
calor. Pensamentos. Dor!
Medo... Angústia... Amor... Alegria!
Eu sou... Sabia.
Sou ideal. Sou verdade . Sou certo? Mentira!
Serei morte então, isso sei!
Se serei morte, sou Vida.
Mas há Vida!? Não sei se sou, como sei?
Não sei explicar...
Não há vida! Nem morte!
Há o não
sei se sou,
nunca serei,
sempre fui
eu...

(Jonas Souza)

terça-feira, 24 de julho de 2012

D E S - C O N S - T R U - I R

Às vezes precisamos desconstruir para construir novamente melhor. Desconstruir nosso modelo de ensino. Desconstruir nossas leis. Desconstruir nossos valores. Desconstruir nossos medos. Desconstruir nós mesmos! E construir uma nação de cidadãos capazes de enfrentar a si mesmos. Deixar de unicamente "pensar em si", para privilegiar o "pensar por si"!


Eu já recebi muitos conselhos bons na minha vida. Conselhos de gente bacana. O “bacana” que eu me refiro são pessoas que pensam por si. Que nos provocam. Considero um dos melhores – conselhos –, o de um professor de História, quando eu estava no Ensino Fundamental. Sexta, sétima série talvez. O conselho era: aprender a pensar sozinho, desenvolver um pensamento crítico para as coisas, um olhar amplo para vida e se prevenir da alienação. Assim ele provocava toda a sala de aula e nós alunos ficávamos meio sem entender. Mas aquilo nos despertava de algum modo! Com este conselho – filosofava ele – nós aprenderíamos que nem tudo na vida é simples, às vezes as coisas podem ir muito além do que está sendo mostrado e serem mais amplas, complexas; por isso é importante “traduzir os fatos”. Pela primeira vez, eu assistia um professor nos provocar a pensar por si próprios, onde ele saia do palco – agora como um ator coadjuvante, não mais como o “dono da verdade” –. Suas aulas de História – que eu particularmente não gostava da disciplina – eram impressionantemente reflexivas. Tinha redação com temas políticos, história em quadrinhos sobre guerras, filmes interessantes e debates sobre tudo isso. Ele nos ouvia, sem nos subestimar nem impor nada. A sala gostava dele! Eu, não muito. Não que eu o odiasse, eu apenas não o entendia. Ele nos provocava e eu, um rebelde sem causa, encarava aquilo como afronta. Mas guardei os seus conselhos, ainda meio sem entendê-los muito bem e achando um pouco sensacionalista demais. Não acreditava que deixar de refletir a própria vida ou deixar de pensar por si fosse algo tão importante assim para a minha vida. Achava besteira tudo aquilo às vezes. “Alienação” era uma palavra forte demais para ser usada. Como se fosse fácil assim alhear alguém...
Bem, o tempo passou. Concluí o Ensino Médio. Adentrei a faculdade. Curso de Administração. (Já nessa época eu começava discretamente a enxergar o que antes não queria ver). Primeiros dias de aula, vêem os professores com o mesmo conselho de antes: “ 'abram suas mentes' para as coisas”, “vocês precisam 'aumentar a visão' de mundo”. Aquilo me soava um déjà vu. Me perguntava se os professores achavam que a gente fosse algum tipo de X-Men por acaso. “Abrir a mente”. “Aumentar a visão de mundo”. Como isso!? Que papo mais idiota! Assim era a minha ignorância. Nessa tamanha mentalidade. E vira e mexe, vinham eles com o mesmo conselho...

Viviane Mosé no Provocações - Parte 2/3:


Hoje, se me perguntassem qual o melhor conselho que eu poderia oferecer a alguém, não saberia escolher imediatamente. Ficaria receoso de responder de pronto. Porque o que é importante para uns não necessariamente valerá para outros na mesma medida. Mas após alguns minutos refletindo, eu diria que os meus professores estavam certos o tempo todo. “Abrir a mente” e “aumentar a visão de mundo” é um dos melhores conselhos que eu já recebi na minha vida e qualquer pessoa poderia aplicar na sua. O mundo é muito maior do que o nosso umbigo e nós fazemos parte dele como um todo. As respostas para os fatos vão muito além das aparências. Aliás, a Vida vai muito mais além! Muito mais além de modelos de aprendizagem prontos. Muito mais além de respostas desconectadas. Precisamos abrir a nossa mente e colocá-la para funcionar sozinha, entendendo o todo. Mente fechada não é bom para ninguém, nem aqui nem na China! E por esse exato motivo não podemos acreditar absolutamente em tudo o que ouvimos, lemos ou assistimos, sem passar por um crivo crítico. Se “distanciar” do fato e refletir sobre ele, com ética e sabedoria, é o caminho para crescermos como ser humano. O contrário disso é fanatismo. Alienação. Ligar a TV, ler um jornal, entrar numa conversa e "desligar-se" é alienação, sim senhor! Acreditar num pensamento único também. Não existem super-heróis. Todo mundo erra. Pais erram. Professores erram. Mestres religiosos erram. Jornalistas erram. Apresentadores erram. Até blogueiros erram! Sim, eu também erro. O tempo todo. Aqui no Blog não tem “receitinha de bolo”, não. Sou alguém que, como diz minha avó, “coloca a cachola pra funcionar”, só isso. Não dói, sabia?
Se é óbvio que todos cometem erros, por qual razão considerar religiosamente qualquer coisa sem refletir? Cada um tem seu próprio cérebro e ele não está aí na cabeça a toa.

Outro dia, enquanto eu caminhava antes de uma corrida, observada uma conversa entre dois amigos a minha frente. Uma conversa que parecia simples, banal. Notava que um “provocava” o outro, obrigando o outro a refletir as coisas que o mesmo estava contando. Um deles fazia umas boas perguntas. Em determinado momento o que respondia pareceu se zangar. Zombou do amigo que estava fazendo perguntas demais, dizendo que ele era chato e essa conversa cansativa. E mudaram de assunto...
Pergunto: será que “refletir” era o que ele se referia? Será que é melhor aceitarmos tudo pronto e mastigado? Então não refletimos a nossa vida porque é chato e cansa!? Então, presumo que devemos estar agindo sem pensar? E agir sem pensar é sinônimo de quê, hein!? Políticos corruptos eleitos com “votos inconscientes”? Acidentes no trânsito com motoristas alcoolizados? Gravidez indesejada pelo não uso de preservativos? Ou doenças sexualmente transmissíveis?
Se a gente admitir que pensar por si é chato e cansa, estaremos admitindo tudo isso e muito mais, não acha? Ao deixarmos de refletir a nossa própria vida estaremos colocando em risco a vida de todos os demais então. Porque se eu não penso por mim, nem sequer penso em mim. E se não penso em mim, como eu vou pensar nos outros!?

Mario Sergio Cortella no Programa do Jô - Parte 2/2:


Eu já fui desses que acha filosofia chato. Reflexão coisa de “bicho grilo”. Achava a maior perda de tempo, não via utilidade nenhuma. E sabe como era a minha vida? Eu nunca me entendia, me vitimava por tudo, repetia os mesmos erros, acreditava em tudo que me diziam, só enxergava a ponta do meu nariz e só pensava no meu próprio umbigo. E era um perfeito alienado! Era tudo aquilo que eu não acreditava ser possível... Hoje sei que deixar de pensar por si é se admitir oco. Estar vazio. É redimir-se a marionete. Reduzir-se. É acreditar que existe um deus que te quer ignorante, passivo – e quietinho! –. Que deus criaria um ser humano com esse propósito? Com a finalidade dele ser o mínimo do que ele é capaz de ser? Hoje acredito que nós somos mais, porque podemos ser muito mais. Somos seres pensantes. Nós nos superamos. Somos criativos. Criadores. Podemos criar a realidade, com ética e sabedoria, a partir de pensamentos e ações. A arte da criação. Tudo na vida começa com um pensamento. A menor partícula do Universo é um pensamento! Pense e crie. Aprenda a aprender.

sábado, 14 de julho de 2012

DESCUBRA. FOCA. CANALIZA. "FAÇA BOA ARTE"!


Nem todas as crianças aprendem a andar no mesmo tempo, mas certamente todas aprendem!


“Fala: mamãe”. “MA-MÃE!”. “Vai: pa-pai. FALA!”. “Vem comigo... Isso, de pé!”. “Não não não, de pé. VAI!” “Olha pra mim!” “Não não, aqui!!”. “Isso, em frente...” Imagine-se ouvindo esses pedidos o tempo todo na sua cabeça e ter apenas alguns meses de vida. Vai se sentir um pouco confuso e bastante pressionado, não é? Pois é... Isso certamente lhe causará estresse e com isso terá dificuldade para se equilibrar.

Uma criança pequena deve se sentir exatamente dessa forma em meio às cobranças dos pais e coisas ao redor que ela ainda não assimila. Com a maior dificuldade para atender e entender o que estão gritando e querem dela, chamando insistentemente a sua atenção. Enquanto ela está aprendendo a andar com os seus próprios pés, ela apenas tem que se equilibrar e ir numa única direção. Dessa mesma forma é quando nos tornamos adultos e precisamos suprir todas as demandas sem perder o foco no nosso objetivo de caminhar. Demandas como família, trabalho, amigos, sociedade girando em torno de nós. E também as nossas próprias demandas, aquelas internas. Sonhos, expectativas, possibilidades, plenitude. Isso tudo martelando em nossa mente, enquanto tentamos manter bem firmes os pés no chão para caminhar com segurança. O equilíbrio agora significará aprendermos a fazer isso de maneira que julgamos mais correto, digno e que consigamos assim atingir nossas metas. Imagino que a confusão que povoa a cabeça de uma criança nos primeiros meses de sua vida é a mesma que nos deixa estressados nos dias atuais. Quando não somos capazes de atender, entender, administrar as necessidades externas e internas, caminhamos com dificuldade, é como se desaprendêssemos a andar novamente. Você tem suprido todas as suas demandas e caminhado sem perder o foco nos seus objetivos?

Ao meu redor vejo uma porção de gente que não têm conseguido fazer isso, tem cambaleado à beça. Eu admito também que nem sempre consigo. Não é fácil mesmo, reconheço. Não é por falta de tempo, apesar de sempre o tempo ser o primeiro culpado. Tempo na verdade todos nós temos o suficiente quando queremos encontrar tempo. Mas então o que podemos fazer para atingir objetivos, suprir demandas e domar o estresse? Administrar melhor o tempo? Listar prioridades? Canalizar a energia? Ouvir a demanda interna? Ter paciência? Acredito que seja um pouco disso tudo e ainda um pouco mais. Precisamos primeiramente de duas coisas: admitir quando algo não está dando certo e nos permitir mudar. Admitir algo e não querer mudar é tão útil quanto provocar uma mudança sem admitir a melhoria. Nós damos passos desnecessários e com isso dispersamos energia e perdemos tempo. Quantas vezes você já se esforçou, gastou energia e perdeu tempo em coisas que, se fosse ver bem, não tinha nada a ver com o que você realmente queria? Você vai se surpreender com a resposta...

Acredito que duas verdades são mesmo universais: tempo é um recurso limitado e tudo na vida tem seu tempo. Significa que precisamos ter calma e paciência para persistir nos objetivos, mas não perder tempo perseguindo objetivos que não são nossos, porque esse tempo não irá voltar. Com isso devemos administra-lo bem e saber que todas as demandas são sim importantes – na sua ordem –, há necessidades mais imprescindíveis que outras. Aí a razão de listar prioridades, para focarmos no que realmente buscamos e canalizarmos toda a nossa energia e tempo nos alvos certos. Isso não significa esquecer do restante enquanto caminhamos, certamente que todas as demandas têm a sua importância. A própria criança observa que tem adultos ali do seu lado gritando, porém nesse momento da sua vida o seu foco é aprender a andar. A natureza instintivamente a impulsiona a isso.

Muitas vezes – para não dizer sempre – o que é certo para um não é para outro na mesma ordem. As prioridades das pessoas são diferentes e com isso a grande importância de seguirmos à risca as nossas. Não se engane ou se iluda com o que está reluzindo. Tudo ao nosso redor sempre parece mais interessante, mais maravilhoso e repleto de felicidade, quando não estamos centrados no que queremos. Parece que a felicidade nunca está aqui e agora, conosco, está sempre ali na próxima esquina. “O produto perfeito, os usuários felizes e toda a paisagem ótima.” A grama do vizinho parece mais verde. O carro dele parece melhor. O amigo parece mais feliz. Fulano parece que foi no caminho certo. “Isso” parece, “aquilo” parece... Perceba que tudo só “parece”. Sabe por quê? Fora do que você quer, tudo é mesmo interessante, mas não passam de possibilidades. O mundo é cheio dessas miragens. Possibilidade de riqueza; possibilidade de felicidade; possibilidade de sucesso; de amor, de realizações... Fora do que você quer, tudo são apenas possibilidades. O que você verdadeiramente quiser será uma meta real, porque vai caminhar com os seus próprios pés. Você não vai andar com os pés de outra pessoa, serão os seus a tocar o chão! Os sapatos maravilhosos nos pés de outra pessoa, o novo carro do seu vizinho, as coisas imperdíveis reluzindo ali fora da cerca, tudo só será imperdível se for o que você realmente busca. Se não for, não passará de distração! Ouro de tolo. E você quer isso para sua vida: perseguir ouro de tolo? Ou buscar o que realmente faz você sentir o sangue correndo nas veias?

Quando a gente sabe o que quer realmente, a gente foca! Quando a gente foca no que quer realmente, a gente não perde tempo e canaliza energia. E sabe o que acontece quando não perdemos tempo e canalizamos energia no que realmente queremos? A gente acerta!


Discurso que o autor de livros e roteirista de quadrinhos Neil Gaiman deu aos formandos da University of Arts, na Filadélfia, Estados Unidos. O vídeo está em inglês, porém tem o recurso “CC” para ativar a legenda em português:

MAKE GOOD ART!




Um dos vídeos mais brilhantes que eu já assisti por causa da sua simplicidade e ao mesmo tempo grande motivação. Acredito que todos, não só formandos, podem assistir e refletir.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades"


Estamos acompanhando um crescente declínio na quantidade de produtos de boa qualidade na mídia. Estava assistindo a um programa de televisão de uma emissora pequena e a apresentadora era muito simpática. Pela primeira vez depois de muito tempo assisti a um programa completo. Em todos os sentidos. A apresentadora não disputava com o propósito de um programa. Começo a achar que algumas emissoras grandes estão errando muito em suas grades de programação por causa de alguns apresentadores. Enquanto isso, algumas emissoras pequenas me parecem mais comprometidas com o público. O programa que assisti era simples e talvez sem muita audiência, porém o propósito de informar, ensinar e entreter o telespectador é cumprido. Quase não assisto mais televisão. Simplesmente não vejo utilidade numa porção de programas que tem sido transmitidos com o objetivo de causar escândalos. Falar negativamente sobre outras pessoas. Quando não massacram a dor alheia, tudo em nome de uma falsa prestação de serviço. Pensei que isso significasse ensinar. Trazer algo de boa qualidade ao público. A impressão que tenho é que alguns apresentadores querem brilhar mais que o programa. Beleza, elegância e falar eloquentemente sobre o que não acreditam. Dá a impressão que o objetivo é promover o apresentador. O show! Às vezes parece até teatro. O objetivo é esse? É esse o foco? Será que é isso que quero assistir?! Acho que não... Arrisco dizer que muitos também não. Aliás, acredito que seja meio a meio. Uma metade assiste por causa exatamente da “estrela” à frente do programa. A outra faz como eu: pouco liga a TV. Vai à internet, livros, revistas ou simplesmente qualquer coisa mais útil do que ver notícias sensacionalistas, tragédias ou algum “palhaço” fazendo graças pesadas demais. Rindo das pessoas, ao invés de rir com elas. Não sei se tudo isso é necessário, sinceramente. Mas tenho o controle remoto! Penso que um programa de TV é uma prestação de serviço e alguém aqui escolhe o médico pelo corpo sarado? Uma empregada pela beleza? Um taxista 'extraordinariamente' humorado? Se for assim, para onde estamos conduzindo nossa sociedade, hein? “Fique bonito, em forma, foque na vida dos outros, esqueça a própria e compre esses produtos”. Acho que merecemos mais que isso...

Acredito sinceramente que as mídias são importantes em nossas vidas. Nunca vou negar. Eu adoro todos os veículos de comunicação virtual. Apesar de não usar todos ainda. Acho que facilitaram nossas vidas. É fácil e rápido enviar uma mensagem. Estudar. Aprender. Fazer amigos. Conhecer pessoas e lugares do mundo todo. Isso é fantástico! Meu pai nunca viu isso em vida. Nem o pai dele. E certamente eles teriam se divertido à beça, como eu. A gente se informa, conversa, aprende, se emociona. Fazemos negócios, compramos, vendemos. Inúmeras outras coisas. Realmente as possibilidades são infinitas. Boas e péssimas! Mas, assistindo a um filme uma vez (Homem Aranha), ouvi que com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. E isso é um fato! O poder das mídias é enorme, mas trouxe também grandes responsabilidades a sociedade. Fenômenos sociais que não esperávamos (ou talvez sim?). Precisamos ver os dois lados dessa corda. Debater isso com nossas crianças. Se muito poder se paga com muita responsabilidade, certamente que muita responsabilidade se combate com maturidade. Aí que precisamos prestar atenção.


WE ARE THE FUTURE:




Não estou sendo sensacionalista. Nem dramático. Nem crítico nem pessimista demais. Adoro internet. Esse universo virtual. Não trocaria meu notebook por uma televisão “branco e preto”. Crianças hoje não são como as da década de 50. Conheço algumas que dominam a tecnologia de coisas que eu nunca sequer imaginei que existisse. São mais espertas, mais eficientes e acredito que é necessário reformular o sistema e quebrar paradigmas de educação para ensina-las. É importante analisarmos o preço do grande avanço tecnológico e trabalharmos paralelamente contra possíveis “efeitos colaterais”. Prestar atenção nessa geração. Dar espaço para desenvolverem seu potencial e amparo para serem crianças e “não se machucarem”.
Temos acompanhado a decadência de emissoras de televisão, baixa audiência de programas. Nós próprios estamos sem foco. Tem sido difícil saber o que querer para o futuro, porque o mundo tem mudado muito e tão rapidamente que oportunidades são muitas. Mais perdemos foco do que focamos. O que será que nós queremos de nossas mídias então? De que forma elas podem nos satisfazer completa e saudavelmente tem sido o grande desafio dos tempos.


DE ONDE VÊM AS BOAS IDEIAS:




Primeiro, quero algo que me informe de verdade. Tenha um pacto com a informação verídica e que transmita sem sensacionalismo, pois tenho um cérebro e acho que posso tirar conclusões sozinho. Segundo, que programas de TV contem com presentadores mais comprometidos com o princípio de ajudar – e que se entenda também diretores, câmeras e todo o restante de profissionais da área –. Acredito que queremos começar e terminar o nosso dia a dia nos informando, aprendendo, rindo de coisas interessantes (não de pessoas!) e até saber sobre famosos (não apenas as tragédias de suas vidas). Queremos aprender. Nos comover. Ter a sensação que a mídia nos agregou algo positivo e não nos vêem apenas como “audiência”, “público-alvo”, “compradores”, como números apenas.


"o mundo pós-moderno: a condição do indivíduo", um dos temas da entrevista com o filósofo polonês Zygmunt Bauman para o Fronteiras do Pensamento, apresentada na ocasião do encontro com o pensador francês Edgar Morin:




Para escrever aqui no Blog aprendi a tomar cuidado com as palavras, elas têm poder. Crianças podem estar lendo meus posts. Adolescentes. Me importo com a repercussão desse espaço. Aprendi isso depois de errar em muitas postagens também, confesso. Mas não apaguei posts antigos. Se a vida não nos dá a chance de apagar os nossos erros não negarei os meus, aprendi com o que julguei errado. Mas reflito antes de vir aqui. O Blog Tibet não é para me promover, é para promover ideias e prestar um serviço, na maior das boas intenções. Desejo que os leitores tenham acesso às últimas notícias, se informem através de links úteis, assistam a vídeos motivacionais e acima de tudo, sou leal ao propósito inicial: causar “debates internos”. Nos fazer pensar! E sempre aceitei todo tipo de comentário também. E crítica! Tudo o que espero do leitor é que ele reflita e sempre imagino que estou falando com alguém como eu. Um jovem crítico. Ousado. Cheio de sonhos. Que é inseguro pra caramba – embora nunca vá admitir isso. Curioso com qualquer coisa. Orgulhoso demais para pedir água e persistente demais para jogar a toalha. Que escreve relativamente bem porque já errou muito. Que conhece muitos autores, porque leu muito pouco sobre cada um! Que não domina extraordinariamente nada, mas é um insatisfeito. Inconformado. E acredita que é esse tipo de louco que muda o mundo. Um eterno inconformado com uma porção de coisas e corajoso demais para admitir isso. Afinal, se tem algo que eu sei bem é lutar pelo o que eu acredito.


“...É nessa fase que um homem define aquilo que ele vai acabar sendo pelo resto de sua vida. Cuidado com o que você vai ser... Lembre-se: 'com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades' ” (Tio Ben, em O Homem Aranha)