Antes de nos perguntarmos o que é sucesso, eu acho bem oportuno nos perguntarmos primeiro: sucesso para quem? A quem interessa o sucesso? É para a família, para a sociedade ou para nós mesmos? Sucesso é para você! É para cada um de nós.
Vou contar uma história para você. É uma história simples e bem pessoal. Isso me
fez enxergar a vida de uma forma muito diferente depois. Já adianto que essa
história não terá nenhum fato extraordinário, mas, se ela puder transmitir a
você um pouco do que significou para mim, já está muito bom. Foram fatos
cotidianos, mas tenho certeza que você se identificará em algum momento – e se
isso acontecer a missão dessa postagem terá sido alcançada. Gostaria de dizer
antes de mais nada que acredito que podemos (e devemos) extrair ensinamentos no
dia a dia a partir de fatos corriqueiros, pois é justamente aí que se encontra
a beleza da vida: em pequenos detalhes. É uma pena que esperemos grandes
acontecimentos para pararmos um pouco para refletir sobre a nossa vida, já que
ela [a vida] está constantemente nos mostrando coisas. Se você pudesse parar
por alguns instantes para respirar e só observar, captaria informações que
podem estar passando despercebidas por você. A esse afinamento dá-se o nome de Espiritualidade.
Essa sintonização é a nossa religiosidade. Uma comunicação direta com o
Universo.
Estava
na faculdade, era mais jovem, isso foi há quase dez anos. Trabalhava numa
empresa e estava muito feliz com as promoções que vinha recebendo. Aprendia
teorias na faculdade e podia vivenciar a prática no trabalho; para quem está na
faculdade sabe o quanto isso significa: poder atuar na área em que se estuda.
Nessa empresa, que é uma rede de lojas, comecei numa função e fui galgando
rapidamente através de boas oportunidades que foram me dadas. Antes era uma
pequena rede, hoje é enorme! Reconheço que confiaram muito em mim e me deram
ótimas oportunidades, o que me enchia de alegria. Lembro-me certa vez de ouvir
do diretor geral (que é proprietário) que “eu era um investimento para a
empresa” e estava sendo treinado e desenvolvido “para gerenciar tudo abaixo dele”.
Nessa ocasião estávamos numa reunião conversando sobre projetos e traçando
metas para 2020 – e o ano era 2010! Eu sabia que teria muito trabalho pela
frente, o desafio seria grande e uma oportunidade era tudo o que buscava. Na
faculdade meus professores ficavam contentes quando comentava das coisas que vinha
aprendendo na prática e meus colegas de sala me elogiavam por isso. Estava
feliz. Algo me dizia que se continuasse neste caminho muito provavelmente
encontraria tudo o que buscava. Dinheiro, poder e sucesso! Afinal, quem não
quer tudo isso?!
O
tempo foi passando, estava trabalhando muito, estudando bastante e sem perceber
uma sensação estranha começou a me rondar. Não sabia explicar o que era, apenas
sentia um aperto no peito que vinha do nada. Em muitos momentos me pegava com
os pensamentos longe, como se apenas o corpo estivesse presente. Eu saia aos
finais de semana à noite, comia, bebia, dançava, via gente, dava risadas! Mas
algo ali apertava silenciosamente. Algo não me deixava em paz. Algo me dizia
que eu não estava tão feliz quanto achava. Como podia não estar?! Estava na
faculdade e trabalhando na minha área, começava a ter um salário melhor, tinha
condição de comprar coisas que antes não podia. Então não entendia por que
tristeza. Não aceitava isso! Pois me soaria como ingratidão à vida sentir isso.
Então fui driblando como pude; ora sentia superar aqueles sentimentos; ora eles
me dominavam...
Era
final de ano, as lojas estavam abertas até mais tarde e eu tinha adquirido um
estranho hábito nos últimos meses; o de fazer compras! Quase todo dia saia dar
uma volta pelo centro da cidade no meu horário de almoço e voltava com algo. A
desculpa era sempre a mesma: um presente para dar a alguém ou algo que “estava
precisando”. Não sei em que momento isso se deu, mas quando dei por mim percebi
que só entrava nas lojas mais caras. Passei a fazer questão de comprar coisas mais
caras. Também tinha adquirido outro hábito nessa época; o de ligar para minha
mãe diariamente. E eu sempre fui independente! Mas como nessa época meu pai
tinha falecido há pouco tempo, eu só tinha a minha mãe e como morava numa
cidade (com ela), trabalhava em outra e estudava em outra a gente não se via;
então comecei a ter necessidade de ligar para ela todo dia. E de repente já não
conseguia mais trabalhar sem ligar para minha mãe pelo menos duas vezes ao dia,
uma antes do almoço e outra depois, e era isso que me dava o gás necessário
para prosseguir por mais algumas horas trabalhando. Eu só queria ouvir a sua
voz alguns minutos, porque aquilo era como um farol, um ponto de estabilidade
para mim, já que me sentia no olho do furacão!
Foi
quando ao final de um dia, depois de uma semana estafante de trabalho e
estudos, entrei numa loja e quando vi já tinha comprado relógio, óculos de sol,
perfume, roupas, calçados, não podia nem com as sacolas. Cheguei em casa,
entrei no meu quarto, joguei tudo sobre a cama, sentei no chão e desabei chorar.
“Para tudo.” “Chega.” “Você não está legal!” “Vai empurrar isso até quando?”.
Essas coisas ecoavam na minha mente... Na semana seguinte, ao dar uma volta no
meu horário de almoço, ao invés de entrar numa loja, parei numa livraria.
Comprei um livro chamado A Cura Quântica, do Deepak Chopra. Mergulhei nesse
livro. Semanas depois me desliguei dessa empresa. E ninguém acreditava! Dentro
de mim sentia que tinha decepcionado a todos, principalmente aqueles que um dia
confiaram em mim. Por um bom tempo quis acreditar que eles é que foram os
culpados. Hoje sei que não, porque, primeiro, não existem culpados! E segundo,
a vida é minha e sou eu o responsável pelo que me acontece. Todos foram sempre
gentis e bons comigo e hoje compreendo que estamos sempre no lugar certo, no
momento certo, com as pessoas certas, passando pelas situações que precisamos
passar, para aprender aquilo que é necessário para nos desenvolvermos enquanto
seres humanos. Portanto não cabe tristeza, medo, nem ansiedade, tudo é
aprendizado!
Eu não precisei ganhar muito
dinheiro, mudar de classe social, nem ficar poderoso ou ter projeção social –
como um dia quis – para compreender que o sucesso não depende de nada disso. Graças
a Deus, esse simples fato ocorrido já no começo da minha vida profissional, me
despertou para muitas coisas em todos os sentidos. E como sou grato por isso.
Por poder entender já bem jovem que bens materiais são importantes, mas não
podem me proporcionar bem-estar pessoal. Nem autorrealização. Sucesso é mais do
que isso. Porque na hora do “vamos ver”, na “noite escura da alma”, quando
estamos entre o carpete e o taco, só uma coisa alivia um coração aflito: paz
de espírito! E isso não se compra, porque isso não se vende. E nem todos que
dizem ter sucesso encontraram essa paz. Hoje para mim sucesso é paz de espírito, não tem nada a ver com coisas materiais. E sabe uma forma simples que encontro? Coloco um tênis e saio para correr no parque. Um fone de
ouvido e uma boa música. Ao ver as águas do rio, sentir na pele o calor do Sol,
o vento soprando meu rosto, um cheiro suave vindo das folhas das árvores, me sinto tão grato que tudo
fica tão pequeno! E me sinto tão completo! Começo a orar. O mundo pode acabar
nesse momento e eu estarei agradecendo...
Eu
não sei o que você tem buscado ou o que para você é sucesso, mas eu gostaria de coração que você acreditasse
que viver, que a Vida é muito mais do que fama, status, poder ou coisas materiais. O lado material da
vida é importante. Mas o lado espiritual da vida é essencial!
Para finalizar, gosto bastante dessa fala da jornalista e apresentadora Regina Volpato. Assista ao vídeo.
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