quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades"


Estamos acompanhando um crescente declínio na quantidade de produtos de boa qualidade na mídia. Estava assistindo a um programa de televisão de uma emissora pequena e a apresentadora era muito simpática. Pela primeira vez depois de muito tempo assisti a um programa completo. Em todos os sentidos. A apresentadora não disputava com o propósito de um programa. Começo a achar que algumas emissoras grandes estão errando muito em suas grades de programação por causa de alguns apresentadores. Enquanto isso, algumas emissoras pequenas me parecem mais comprometidas com o público. O programa que assisti era simples e talvez sem muita audiência, porém o propósito de informar, ensinar e entreter o telespectador é cumprido. Quase não assisto mais televisão. Simplesmente não vejo utilidade numa porção de programas que tem sido transmitidos com o objetivo de causar escândalos. Falar negativamente sobre outras pessoas. Quando não massacram a dor alheia, tudo em nome de uma falsa prestação de serviço. Pensei que isso significasse ensinar. Trazer algo de boa qualidade ao público. A impressão que tenho é que alguns apresentadores querem brilhar mais que o programa. Beleza, elegância e falar eloquentemente sobre o que não acreditam. Dá a impressão que o objetivo é promover o apresentador. O show! Às vezes parece até teatro. O objetivo é esse? É esse o foco? Será que é isso que quero assistir?! Acho que não... Arrisco dizer que muitos também não. Aliás, acredito que seja meio a meio. Uma metade assiste por causa exatamente da “estrela” à frente do programa. A outra faz como eu: pouco liga a TV. Vai à internet, livros, revistas ou simplesmente qualquer coisa mais útil do que ver notícias sensacionalistas, tragédias ou algum “palhaço” fazendo graças pesadas demais. Rindo das pessoas, ao invés de rir com elas. Não sei se tudo isso é necessário, sinceramente. Mas tenho o controle remoto! Penso que um programa de TV é uma prestação de serviço e alguém aqui escolhe o médico pelo corpo sarado? Uma empregada pela beleza? Um taxista 'extraordinariamente' humorado? Se for assim, para onde estamos conduzindo nossa sociedade, hein? “Fique bonito, em forma, foque na vida dos outros, esqueça a própria e compre esses produtos”. Acho que merecemos mais que isso...

Acredito sinceramente que as mídias são importantes em nossas vidas. Nunca vou negar. Eu adoro todos os veículos de comunicação virtual. Apesar de não usar todos ainda. Acho que facilitaram nossas vidas. É fácil e rápido enviar uma mensagem. Estudar. Aprender. Fazer amigos. Conhecer pessoas e lugares do mundo todo. Isso é fantástico! Meu pai nunca viu isso em vida. Nem o pai dele. E certamente eles teriam se divertido à beça, como eu. A gente se informa, conversa, aprende, se emociona. Fazemos negócios, compramos, vendemos. Inúmeras outras coisas. Realmente as possibilidades são infinitas. Boas e péssimas! Mas, assistindo a um filme uma vez (Homem Aranha), ouvi que com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. E isso é um fato! O poder das mídias é enorme, mas trouxe também grandes responsabilidades a sociedade. Fenômenos sociais que não esperávamos (ou talvez sim?). Precisamos ver os dois lados dessa corda. Debater isso com nossas crianças. Se muito poder se paga com muita responsabilidade, certamente que muita responsabilidade se combate com maturidade. Aí que precisamos prestar atenção.


WE ARE THE FUTURE:




Não estou sendo sensacionalista. Nem dramático. Nem crítico nem pessimista demais. Adoro internet. Esse universo virtual. Não trocaria meu notebook por uma televisão “branco e preto”. Crianças hoje não são como as da década de 50. Conheço algumas que dominam a tecnologia de coisas que eu nunca sequer imaginei que existisse. São mais espertas, mais eficientes e acredito que é necessário reformular o sistema e quebrar paradigmas de educação para ensina-las. É importante analisarmos o preço do grande avanço tecnológico e trabalharmos paralelamente contra possíveis “efeitos colaterais”. Prestar atenção nessa geração. Dar espaço para desenvolverem seu potencial e amparo para serem crianças e “não se machucarem”.
Temos acompanhado a decadência de emissoras de televisão, baixa audiência de programas. Nós próprios estamos sem foco. Tem sido difícil saber o que querer para o futuro, porque o mundo tem mudado muito e tão rapidamente que oportunidades são muitas. Mais perdemos foco do que focamos. O que será que nós queremos de nossas mídias então? De que forma elas podem nos satisfazer completa e saudavelmente tem sido o grande desafio dos tempos.


DE ONDE VÊM AS BOAS IDEIAS:




Primeiro, quero algo que me informe de verdade. Tenha um pacto com a informação verídica e que transmita sem sensacionalismo, pois tenho um cérebro e acho que posso tirar conclusões sozinho. Segundo, que programas de TV contem com presentadores mais comprometidos com o princípio de ajudar – e que se entenda também diretores, câmeras e todo o restante de profissionais da área –. Acredito que queremos começar e terminar o nosso dia a dia nos informando, aprendendo, rindo de coisas interessantes (não de pessoas!) e até saber sobre famosos (não apenas as tragédias de suas vidas). Queremos aprender. Nos comover. Ter a sensação que a mídia nos agregou algo positivo e não nos vêem apenas como “audiência”, “público-alvo”, “compradores”, como números apenas.


"o mundo pós-moderno: a condição do indivíduo", um dos temas da entrevista com o filósofo polonês Zygmunt Bauman para o Fronteiras do Pensamento, apresentada na ocasião do encontro com o pensador francês Edgar Morin:




Para escrever aqui no Blog aprendi a tomar cuidado com as palavras, elas têm poder. Crianças podem estar lendo meus posts. Adolescentes. Me importo com a repercussão desse espaço. Aprendi isso depois de errar em muitas postagens também, confesso. Mas não apaguei posts antigos. Se a vida não nos dá a chance de apagar os nossos erros não negarei os meus, aprendi com o que julguei errado. Mas reflito antes de vir aqui. O Blog Tibet não é para me promover, é para promover ideias e prestar um serviço, na maior das boas intenções. Desejo que os leitores tenham acesso às últimas notícias, se informem através de links úteis, assistam a vídeos motivacionais e acima de tudo, sou leal ao propósito inicial: causar “debates internos”. Nos fazer pensar! E sempre aceitei todo tipo de comentário também. E crítica! Tudo o que espero do leitor é que ele reflita e sempre imagino que estou falando com alguém como eu. Um jovem crítico. Ousado. Cheio de sonhos. Que é inseguro pra caramba – embora nunca vá admitir isso. Curioso com qualquer coisa. Orgulhoso demais para pedir água e persistente demais para jogar a toalha. Que escreve relativamente bem porque já errou muito. Que conhece muitos autores, porque leu muito pouco sobre cada um! Que não domina extraordinariamente nada, mas é um insatisfeito. Inconformado. E acredita que é esse tipo de louco que muda o mundo. Um eterno inconformado com uma porção de coisas e corajoso demais para admitir isso. Afinal, se tem algo que eu sei bem é lutar pelo o que eu acredito.


“...É nessa fase que um homem define aquilo que ele vai acabar sendo pelo resto de sua vida. Cuidado com o que você vai ser... Lembre-se: 'com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades' ” (Tio Ben, em O Homem Aranha)

4 comentários:

Anônimo disse...

"Se muito poder se paga com muita responsabilidade, certamente que muita responsabilidade se combate com maturidade. Aí que precisamos prestar atenção" .
Bato nessa tecla sempre que vou falar de mídia de massa. Eles nos tratam como massa porque nos deixamos tratar como massa. Se querermos ser tratados feito gente, temos que agir como gente. Nosso país está decadente porque nós estamos conformados, dizendo que o mundo não presta, mas sentados em nosso sofá com o controle remonto na mão, comendo skiny e assistindo o jogo do Santos (que aqui significa vendo o Neymar), e as nossas crianças ouvindo Michel Teló.
Pelo amor de Deus, vamos dar valor aos nossos cérebros.
Ótima postagem, meu caro.
Abraços .

P.S: assim que atualizar meu plugin do flash player, volto pra assistir os vídeos ^^

Jonas Souza disse...

Oi Dilly! Tudo bem, quando atualizar você vê :)

A população se conforma fácil. Se acomoda. Não estou dizendo que devemos fazer manifestações grandiosas, greves ou guerras, nada disso. Acho que podemos fazer coisas positivas para a população geral sendo civilizados. Porém firmes. Guerra não, mas voz política. Sermos políticos. Nos envolvermos nas causas sociais. Acho tão bom ver jovens se preocupando com os problemas sociais. O caminho é a sociedade.

Eu queria ser mais atuante também. Participo de algumas atividades, escrevo o Blog nos fazendo pensar, mas gostaria sei que é importante agir. Refletir e nos comprometer com a melhora da sociedade. Na prática.


Abraços Dilly
Vê mesmo os vídeos, são muito bons!

Anônimo disse...

Oi Jonas ;)

Demorei mas estou vindo aqui comentar!! rsrs

Como eu já havia dito no msn aquele dia, o assunto da mídia é algo que eu gosto muito de abordar nas aulas.

Eu creio que a midia tem um poder enorme que pode ser usado para diferentes fins... me deixa muito triste ver que a nossa mídia é muito pobre.

Dizem que nosso país e o das bundas, e basta ligar a tv para ver que é verdade... temos pessoas que viram celebridades sem ter talento algum simplesmente porque deu um showzinho em algum lugar com o bumbum de fora... temos uma supervalorização do corpo, das más notícias em mídia, sangue escorrendo da tela, assuntos medíocres sendo discutidos em todos os jornais, uns reality shows que ninguém merece, novelas repetitivas, uns programas da tarde que são pura baixaria.... e ai ai ai, vou deixando as opções por aqui porque é daí para pior.

Um ou outro canal e programa salva... um ou outro.

As pessoas perderam a habilidade de ver tv e debater uma ideia, ir contra uma opinião, pensar por si. Hoje tudo que se vê na tv é lei e verdadeiro.

Quem sabe um dia as mentes amadurecem e exigem algo melhor. Exigem ver tb as coisas boas que acontecem ao invés das ruins apenas.

A internet pelo menos tem várias opções, ai vai do sujeito selecionar o que quer ler, ver ou ouvir...

A lavagem cerebral é muito grande, as imposições de crenças limitantes são demais... a realidade que nos cerca através da mídia não é a realidade que precisamos adotar.

Muito bom o post, assertivo e um assunto demasiadamente polêmico.

Congrats!!

Your friend (always) and teacher ;)

Jonas Souza disse...

Oi Aline

O assunto “mídia” realmente sempre “dá pano pra manga”, como diz minha avó. É polêmico e causa controvérsias. A impressão que a grande maioria dos programas e canais se utilizam sempre das mesmas táticas. Fortes apelos físicos, humor negro e dessastes apelando para o lado emocional das pessoas. Conteúdo mais intelectualizado é quase sinônimo de chatice. Brega. Não dá audiência. Programas que se esforçam para passar um conteúdo assim perdem ibope e imagino seja difícil para a emissora também.

Se a maioria dos programas tem audiência, há público – pessoas que gostam. Só que você abordou um ponto importante também: a grande maioria tem crivo crítico ou concordam com tudo o que assistem? Até que ponto isso é saudável? E ainda entramos no dilema "o ovo ou a galinha?": será que a mídia transmite o que as pessoas querem assistir ou as pessoas se acostumaram com a falta de opção?

Ainda acho que a resposta vai ser sempre bem pessoal e relativa. Nesse caso só tenho certeza de uma coisa: a gente nunca pode desistir do ser humano, de forma alguma, em momento algum. Por que se todo mundo “lavar as mãos”, como é que fica? Vale a pena correr esse risco?


Obrigado pelo comentário
Hugs!