segunda-feira, 2 de julho de 2012

ORDEM, PROGRESSO E FELICIDADE!


“O progresso não é mais do que o desenvolvimento da ordem.” (Auguste Comte)


Muito tem se falado sobre um conceito criado para medir a felicidade do povo brasileiro. Um conceito que já existia, mas que tem ganhado cada vez mais espaço nas últimas discussões. O FIB – Felicidade Interna Bruta. Ele se propõe a avaliar o nível educacional, as diferenças salariais, a distribuição de renda e as divergências entre classes sociais, longevidade, PIB, IDH, segurança e saúde. Acho muito bom analisar também, juntamente com esses fatores, o bem estar efetivamente sentido pela população. Sempre acreditei que o sucesso de um país não podia ser mensurado apenas pelo índice do PIB (Produto Interno Bruto). O PIB representa a somatória de lucratividade produtiva de uma região num determinado período, mas não abrange outros fatores, igualmente importantes na minha opinião, para se chegar a conclusão do que denomina-se sucesso. Mas afinal, para você, o que é Sucesso?

Acerca disso, estive refletindo em como assuntos com teor psicológico, social e espiritual até, além de estarem diretamente conectados à produtividade das empresas, estão sendo debatidos em relação a felicidade agora. Eu falo da sensação de preenchimento das pessoa. Parece que assuntos como esses nunca foram tão debatidos quanto agora. O que gera uma porção de perguntas. O crescimento financeiro por si só não é capaz de gerantir felicidade? Estamos levando uma vida com crescente evolução profissional, tecnológica e científica sem nos sentirmos felizes? Por que será que questões como essas estão sendo amplamente debatidas?

Estamos vendo muitos movimentos sociais – das até então consideradas minorias – buscando equidade, bem estar, sustentabilidade. Acho que a palavra para o que quero expressar é “Preenchimento”. Satisfação pessoal. Aumentou consideravelmente a procura por terapias. Técnicas motivacionais. Dicas sobre bem estar. Equilíbrio social/produtivo/ambiental na gestão empresarial. Equilíbrio familiar/pessoal na gestão de carreiras. São “n” caminhos, “n” fórmulas, livros de auto ajuda tentando nos ensinar a sermos mais felizes. Não estou me referindo aos caminhos, se eles funcionam ou não, mas sim a razão dessa busca. Afinal, para um país como o Brasil, com uma economia relativamente estável, com ascensão da classe média, que tem crescido e demonstrado um horizonte de novas perspectivas promissoras aos investidores, pode parecer antagônico esse cenário. De acordo com “a hierarquia de Maslow”, a última necessidade do homem é a auto realização. Acredito que a realização pessoal seja tudo o que qualquer pessoa quer; no fim é o que nos dá a sensação de “Preenchimento”. Completude.

Se felicidade é resultado de auto realização, pergunto-me se temos encontrado. O que nos faz sentir verdadeiramente felizes? Desde criança eu já escrevia, sempre foi uma fuga e uma forma de dar espaço à criatividade. Isso me faz feliz. Se é um talento natural ou não, não sei, mas manifesto essa habilidade até hoje. Neste exato momento. Acho que carregamos sonhos e talentos conosco por toda a vida. Entre uma fase e outra eles se fazem lembrados de forma prazerosa ou angustiante, através de pensamentos ou lembranças. Até nos apercebermos no presente e sem espaço para encaixar na nossa vida de crescente sucesso, cada vez com menos tempo. Sonhos esquecidos então. Metas pessoais deixadas para trás. Talentos nunca explorados.
Fazer o que gostamos nos traz sensação de completude e certamente promove realização pessoal. Nos desviamos disso que, “tecnicamente”, levaria ao topo da “pirâmide”. Os pais tem papel fundamental nisso, porque descobrimos no que somos bons ainda na infância e às vezes não há espaço para manifestarmos. Ou quando muitas vezes num “conselho”, numa crítica ou num simples olhar os pais matam sonhos. Castrando toda e qualquer manifestação natural. Essa atenção para descobrir qual a razão ou missão da criança é o espaço necessário para florescer nela o que talvez fosse um talento natural em potencial – o que chamaríamos de dom. E me atrevo a dizer que se ele for bem trabalhado pode levar a uma realização pessoal. Quem sabe. Esse processo acontece tão lentamente, de forma sutil e até inconsciente; e é óbvio que há exceções também.

Não sou cem por cento a favor nem contra o capitalismo. Não quero ser absolutamente contra nem radicalmente a favor a nada. Todos nós somos sujeitos a mudar as nossas opiniões, porque vivemos num mundo que muda, assim sendo, toda generalização e radicalismo pode ser precipitada. Prejudicial até. Mas, ao analisarmos as mudanças rápidas do mundo e o nosso estilo de vida, podemos ao menos imaginar que estamos num ponto crítico. Tudo está mais fácil e acessível e nem por isso estamos mais satisfeitos. A verdade: nós nunca estamos satisfeitos. O "muito" não tem significado tanto quanto achávamos que iria significar e o caminho agora não consiste em remar contra esse fluxo natural, largar tudo e ir pescar à beira de um lago por exemplo. Certamente que o mundo não continuaria girando se todos fizéssemos isso. Vejo a nossa dependência do sistema ao qual vivemos. Mas isso não significa que precisamos nos consumir junto com as nossas necessidades, certo? Vivemos num sistema finito para termos necessidades infinitas. Precisamos pensar sobre isso. Principalmente porque não estamos nos auto realizando. Ou seja, duas vezes esse sistema não tem valido a pena: estamos nos auto destruindo a longo prazo e saciando nossas necessidades a curto. Num rítimo crescente.

Há aqueles que foram para os dois extremos dessa discussão e nenhum encontrou as respostas que buscava. Crescimento financeiro é importante, mas certamente não nos preenche a partir de determinado ponto. Uma hora faltará algo. Viver de sonhos e buscar um falso socialismo também não garantirá segurança e obviamente não sustentará uma família. Quero então acreditar que talvez – vamos lá, só talvez... – o caminho seja a consciência e a responsabilidade com as gerações futuras. Pensarmos antes de fazermos as coisas e lembrarmos da nossa felicidade. Precisamos trabalhar duro e de preferência com o que nos motiva e entender que todo Progresso chama outro “p”. Preço. E Sucesso é bem diferente de Realização Pessoal. Podemos ter sucesso e não estarmos felizes. E qual seria a razão de progresso sem felicidade!? A bandeira do meu país diz majestosamente: “Ordem e Progresso", para lembrar que a nação precisa progredir, batalhar honestamente, mas sem se esquecer que a ordem vem primeiro.

ENTÃO, QUAL TEM SIDO O PREÇO DA SUA FELICIDADE??



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