quinta-feira, 5 de abril de 2012

A Engrenagem e a Energia


"Se fossem escolher entre alternativas, as decisões seriam fáceis. Uma decisão inclui a seleção e a formulação de alternativas." (Kenneth Burke)


Para você não sei como é decidir, mas para mim tomar uma decisão é sempre muito importante na vida, é algo inevitável, e que de certa forma, pouco ou muito agressivamente, mudará tudo. Acho ainda mais difícil quando estou decidindo o que fazer. O processo que antecede a tomada de decisão. É solitário. Perturbador. Dilacerante. Revelador. Ponderar. Admitir. Escolher enfim! É realmente uma fase complicada, exige muita honestidade! Mas quando enfim chego a uma decisão, não importa qual ela seja, me sinto livre para girar com a vida. A tomada de decisão pra mim é mais fácil.
Creio que é sempre muito enriquecedor decidir, é um direito, e embora não seja fácil e às vezes até doloroso, terminamos sempre descobrindo alguma coisa sobre nós mesmos que não tínhamos percebido até então. Muito através do que escolhemos deixar para trás. Acredite se quiser, mas suas decisões mostrarão muito mais sobre você mesmo do que pode imaginar.

Admitir que uma relação afetiva não dá mais, pôr um ponto final numa amizade, se dar uma pausa pra refletir ou mesmo escolher um outro emprego são coisas difíceis de fazer. Porque envolve muita coisa e termina incomodando muita gente também, eu sei disso. É mais fácil jogar o jogo!
Agora, nunca tomar uma decisão importante, ficar se esquivando mesmo sabendo que uma situação não dá mais, é se omitir, pois após avaliado que algo não está bom e não tomar uma atitude para mudar é consentir que de certa forma talvez bom nunca irá ficar – e nem de longe isso é pessimismo.

A vida é feita de momentos assim como esses. Estou passando por um agora. Ou o ignoro ou encaro essa situação. São momentos em que observamos o caminho percorrido com uma seriedade diferente, o olhar absorto, a postura rija, os pensamentos inquietos, onde sabemos profundamente que alguma coisa lá no fundo se moveu, apercebemos a mudança, e por essa razão algumas coisas do jeito que estão não podem mais ficar. Quem conhece a si mesmo é como um rio familiar, sabe muito bem onde dá pé e onde é fundo demais. Conhece as margens e a profundeza. Acredito que quando ultrapassamos esse limite conscientemente pagamos o preço por esperar por qualquer coisa. E esse resultado pode não ser do nosso agrado.

Uma coisa garanto, a vida não irá parar independente do que escolher. De uma forma ou de outra as coisas acontecem, não porque determinamos assim, mas porque é assim que funciona, não controlamos a vida. Controlamos sim, as nossas escolhas e as nossas atitudes, mediante o que está acontecendo e isso acabará mudando insensivelmente tudo ao nosso redor. Por esse motivo, cada pessoa precisa ser capaz de escolher com honestidade, com consciência e ter coragem de seguir com isso. A vida é como uma incrível engrenagem e toda vez que decidimos algo colocamos ela pra funcionar e giramos com ela. Pra mim, não decidir é não viver. É escolher não viver. E optar pelo que não é realmente significativo a nós ou buscar o que não está alinhado aos nossos valores, também não é viver. Pelo menos não a nossa vida. É estar vivendo, co-existindo a vida de uma outra pessoa.

Seja bom ou ruim o resultado de uma decisão é ainda melhor do que não decidir, porque no fim o que importará não é o resultado e sim ter escolhido viver a própria vida ou invés de esperar que a vida simplesmente passasse.
Por um momento agora reflita: que decisões têm tomado e quais nunca tomou?



"Toda decisão que você toma - toda decisão - não é uma decisão sobre o que você faz. É uma decisão sobre Quem Você É. Quando você vê isso, quando você entende isso, tudo muda. Você começa a ver a vida de um modo novo. Todos eventos, ocorrências, e situações se transformam em oportunidades para fazer o que você veio fazer aqui." (Neale Donald Walsch)

4 comentários:

"A Penseira" disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Oi Jonas :)

Pois é, tomar decisões é parte constante da vida e não é nada fácil.

Mas como nós já conversamos aqui, quando algo já não está mais nos fazendo bem, seja o trabalho, seja uma amizade ou um relacionamento (familiar ou amoroso), chegamos no ponto de colocar tudo na balança e ver para que lado ela pesa mais.

Somos seres emocionais e tudo para nós tem um peso. Contudo é sempre compensador ver que nossa decisão levou ao alívio e á situações melhores. As vezes erramos? Sim, faz parte e de qualquer forma um aprendizado é obtido, certo?

O mais importante é a auto avaliação. Ninguém caminha com nossos sapatos, ninguém sente o que sentimos na pele... portanto ninguém pode tomar certas decisões por nós.
Você sabe o que é melhor para você.
Você sabe na intuição, no dia a dia, no seu racional e no coração.

Então as vezes, é dar um passo e deixar a vida dar o segundo. Confiar sempre e ser honesto consigo mesmo naquilo que escolher.

Espero que suas decisões lhe tragam os resultados esperados.

Hugs!!!
Teacher :)

Jonas Souza disse...

Oi Ju...
Realmente, sempre passamos por momentos muito parecidos e quase no mesmo período, noto isso e acredito que é a proximidade e ligação que temos a responsável.

Sabe, durante muitos anos fiz como muitos, fugi de decisões sinceras por medo, por aceitação, para ser querido ou admirado pela minha família e pelos meus 'amigos', para conseguir um espaço, por inúmeras razões que hoje vejo que nunca fizeram o menor sentido pra mim, que era o mais interessado na história. E na época eu já notava isso, a diferença é que eu aceitava de certa forma ser manipulado. Tinha total consciência de ser uma pessoa superficial e o que eu ganhava com isso!
Em algum momento que não sei datar quando, isso mudou. Percebi que era “menos pior” eu ser eu mesmo, que os ganhos pelo menos eram mais duradouros e dava orgulho...

Hoje acredito que viver desprezando o que rola lá no fundo é pagar um preço alto, lá na frente, porque nesse momento presente muitos não enxergam que mentiras, omissões, falsidade, desrespeito próprio, falta de amor próprio são materiais pobres e fracos demais para erguer uma vida sólida. Só depois de muito tempo é que se apercebe que foram construídos uma vida, uma personalidade e tudo ao redor disso fragilmente! Aí pode ser tarde...

Decidir só é difícil porque é importante, significa tomar pra si as rédeas da própria vida e assumir o ônus e o bônus dessa decisão. O maior ganho na minha opinião nisso tudo é se sentir respeitado, valorizado, levado em consideração e o amor próprio é uma coisa tão boa.
Seja através de decisões certas ou de erradas, uma coisa eu tenho absoluta certeza: ninguém faz as coisas pra errar, a gente faz na tentativa de acertar e quando erramos aprendemos com isso. Mas o fato é que só vamos descobrir se iremos acertar, tentando.

Hoje eu assumo e banco as minhas próprias decisões, mas Ju, todo mundo sabe que isso não é fácil. Dá trabalho ser sincero, dá dor de cabeça ser transparente, às vezes é uma sensação de estar na berlinda, de ser um alvo em potencial, é parecer o diferente da história ou o que está sempre um passo atrás, mas acredito sinceramente que o ser humano não precisa interpretar na vida real. O nome já diz, é vida real. Não é plástica. Apurada.
E nessa mesma linha me vêm à mente uma comparação que penso há muito tempo em escrever aqui no Blog: Política x Transparência.
Muitos dizem que tudo isso o que mencionei acima seria “ser político”, porém, eu acredito que é possível (e necessário) ser político e transparente. Mais pra frente virão posts sobre isso...


Beejos Ju
Obrigado pelo comentário
Fique com Deus.

Jonas Souza disse...

Oi Aline

Gostei muito do que disse sobre darmos o primeiro passo e a vida o segundo. Isso nos faz parar pra pensar em quantas vezes tentamos controlar vida, deduzindo quais serão as consequências das nossas atitudes e realmente isso não possível. Saber antecipadamente seria uma obra divina. A gente precisa ser honesto e dar os "primeiros passos" e às vezes esperar que a vida continue por nós.

Outra coisa muito verdadeira que você disse é que ninguém está na nossa “pele". Julgar, reparar, criticar os outros, de fora é fácil. É simples, não tem dor alguma. Agora, o difícil é tentar encontrar as razões por trás de certas escolhas e impossível é saber exatamente o que cada um sente. Realmente, ninguém vai andar com nossos sapatos, só nós sabemos onde eles nos apertam.

Apesar de ser legal ouvir conselhos de pessoas queridas, refletir através de boas palestras, numa boa conversa ou buscar ajuda nos livros por exemplo, isso tudo é bacana, mas na hora "H" é com a gente mesmo. Só a gente vai saber conduzir a própria vida.


Espero acertar nas minhas escolhas, mas sabe Aline, já desisti de querer acertar sempre, tentar ser perfeito. Os erros vão acontecer também uma hora e é bom que isso aconteça. Vou estar preparado pra eles.


Obrigado por me ajudar a ver os lados bons de uma mesma história.
Hugs