Como
de costume venho fazer um post de final de ano. É fim de dezembro,
passei o ano todo por diversas experiências e agora é aquele
período que dou uma breve olhada para trás, para ver como foi o
caminho e o que posso concluir dele. Ao olhar para traz desta vez, a
única frase que me vem à mente, e por inúmeras razões: foi por um
fio! E penso isso respirando fundo...
Estive o
ano todo com uma sensação de correr de uma manada de animais
selvagens, em áreas inóspitas, desconhecidas por mim, e contra o
tempo ainda; tudo para obter coisas além das minhas condições.
Condições físicas. Condições psíquicas. Condições
emocionais... Me sentia lidando com coisas inesperadas, novas para
mim, onde eu não tinha tempo para me preparar; não existia versão
“demo”, “piloto”, “teste”, foi tudo ao vivo, era “se
vira, vai ou racha”... Poderia afirmar que praticamente tudo o que
ocorreu neste ano me levou ao extremo. Aos picos de humor! E para não
haver muitas oscilações tentei manter o controle, ser moderado e
buscar o equilíbrio acima de tudo; mas agora confesso que ter que
administrar circunstâncias extremas, que exigem de uma pessoa
concentrada dose de maleabilidade, direção e, principalmente, de
suportabilidade não é simples. Muito menos fácil. É sim tarefa de
gladiador. Porque em alguns momentos me sentia assim...
Só para
se ter uma ideia, durante esse ano acredito que vivenciei tanta
pressão e foi tanto estresse que em alguns momentos, não sei por
que – e por descuido também não procurei um médico – meus
ouvidos sangraram. Nunca passei por isso. Em dias tensos, quando as
sensações e os sentimentos eram mais intensos, eu sentia bastante
dor de cabeça e ao final desses dias meus ouvidos sangravam. Não
sentia dor, mas após isso ocorrer tinha enxaqueca. A partir daí
soube que a situação na qual me encontrava era complicada mesmo e
eu teria que me cuidar. E foi o que fiz. Passei a fazer atividade
física com maior regularidade e intensidade. Ao correr adquiri um
hábito de fazer pequenas multiplicações mentalmente durante o
exercício. Pensava que esta seria uma forma de raciocinar melhor sob
períodos de estresse físico. Gosto de correr rápido e chego no
limite do cansaço, e me obrigar a fazer cálculos durante esse
percurso me ajudou a raciocinar melhor sob o estresse diário. A
alimentação também foi o foco. Procurei prestar ainda mais atenção
à qualidade do que ingeria. Sem falar em dormir mais também. Nunca
fui muito fã de dormir cedo, muito pelo contrário, já tive insônia
e sempre gostei de ficar acordado durante à madrugada. Então
precisei me policiar nisso. E confesso que trabalhei melhor quando
consegui dormir bem.
Nesse ano
fiz cursinho pré-vestibular após o trabalho, para adentrar à
Unicamp. Meu sonho sempre foi estudar lá. Infelizmente ele não se
realizou desta vez. Confesso que fiquei muito sentido com isso. Para
falar bem a verdade ainda estou digerindo...
Administrar
trabalho estressante, vida pessoal conturbada e ansiedade pré
vestibular é coisa do demônio! rs Daqui deste ponto onde me
encontro, próximo do ano seguinte, olhando para trás, sinto como se
tivesse corrido uma maratona! Esse foi um ano difícil de viver.
Dizia a quem quisesse ouvir, que viver é para quem tem talento. E
repetia-me diariamente: força, força, força, ergue e segue,
levanta e segue, não para... Lavava as mãos para esfriar as ideias.
Contava até dez para distrair o nervoso. E corria para dar vazão à
energia! Acho que se não corresse tinha tido um AVC. Batia aquela
raiva, eu tomava uma ducha fria, colocava um tênis e saia. Só isso
me acalmava... por algumas horas...
Conclui
neste ano que a vida é realmente para quem tem talento para O
Improviso! O inesperado, aquilo que vai contra tudo o que pensamos,
desejamos, julgamos correto. A capacidade de lidar com tudo o que nos
acontece como sendo do próprio processo em si, sem julgamentos.
É muito
fácil acreditar que só porque disse assim o papel, o planejamento,
a teoria, que a prática vai acatar. Não é assim! A Vida tem um
planejamento. E eu vivenciei isso este ano. Como dizem: na prática a
teoria é outra. Essa minha desilusão com uma vida programada, de
que tudo vai dar certo se nós simplesmente seguirmos os
procedimentos passo a passo, tem me feito ver a vida com outros
olhos. Olhos que ainda não distinguem bem o que vêm, mas já estão
abertos à mudança de olhar. Um convite a uma vida menos engessada
por regras de causa e efeito, por merecimentos ou desmerecimentos
etc. De certa forma me sinto feliz, porque entro em 2015 com este
novo desafio.
Os gregos
acreditavam que três senhoras lúgubres teciam o destino dos homens,
e eles as chamavam de As Moiras. Nunca aceitei a possibilidade de
existir uma Roda da Fortuna onde meu fim já estava decidido; nunca
aceitei o Destino. Entretanto, neste ano a vida me mostrou também
que, mesmo que não exista destino, uma pessoa seguir passo a passo
procedimentos para atingir algo também não garante coisa alguma.
Então não há Destino, nem Garantia. O que sobra disso é o que me
proponho a desenvolver neste próximo ano. A capacidade de não
delimitar a vida com certos vereditos. Sucesso, fracasso, destinos,
são limites que os seres humanos deram para poderem qualificar suas
vidas por pedaços, por períodos. Mas para a Vida só existe um
único fio, sem princípio nem fim, em que tudo o que acontece faz
parte dele. E se esse fio não tem fim não tem lógica discutirmos
destino. A única razão do fio é estar forte para não arrebentar.
Quando
qualquer coisa que te contrarie acontecer, ao invés de questionar se
isso foi obra do destino ou se foi um erro de sua parte, mude o foco:
pergunte-se se isso te deixará mais forte ou mais fraco. Pense no
que ganhará de força com essa experiência. Pois quanto mais forte
estiver o fio, menos chance ele terá de se arrebentar. Esse é o nosso
único objetivo, adquirir força.
Eu desejo um feliz natal e que em 2015 você se encontre ainda mais forte!
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