terça-feira, 15 de outubro de 2013

CONHECIMENTO VIVO!


Mais ou menos com dez ou onze anos de idade comecei a frequentar a biblioteca da minha cidade em busca de respostas, queria entender certas coisas. Eu fui uma criança bastante curiosa, meus pais notavam isso; notavam que eu não era aquele típico garoto que gostava de trepar em árvores ou viver na rua brincando o dia inteiro; tampouco meu negócio era correr atrás de bola ou procurar fazer novas amizades pelo bairro. Eu era muito inteligente para a minha idade. E bastante estranho também. Era introvertido e solitário às vezes – e me sentia ainda mais sozinho pelo fato de me interessar por assuntos que não eram compartilhados pelos meus colegas. Sempre gostei de ciências, mistérios, esoterismo, ocultismo. Desde de pequeno me interesso por saber como o mundo funciona, quais forças regem a natureza, os elementos dela. Tinha algumas ideias estranhas para uma criança e gostos mais estranhos ainda.
Nessa época, quando comecei a frequentar mais assiduamente a biblioteca, minha seção preferida por exemplo era a esotérica. Aquela que ficava lá nos fundos, quase no escuro, onde poucos iam e que todos me olhavam curiosos quando me viam xeretando por lá. E lá eu ficava, se deixasse tardes inteiras, lendo sobre espiritismo, mitologia grega e romana, simbolismos, mistérios e magias do Homem – comecei por aí. Com o passar do tempo fui me interessando pela astrologia, pelos números, a numerologia – fiz meus mapas, e assim me encantando cada vez mais com essas “pseudociências”. Mais tarde, já na fase adulta, me interessei por quântica, neurociência, alquimia, até os dias de hoje, que tenho estudado bastante sobre a maçonaria. Eu não sou maçom, mas me interessa muito esse universo de auto desenvolvimento através do conhecimento, sempre me fascinou adquirir conhecimentos de culturas e civilizações antigas, buscar o aprimoramento a partir daí. Sou atraído por isso. Algumas pessoas me perguntam pelo que sou interessado e sempre respondo: por estudar! Estudar pessoas; culturas; o legado deixado por civilizações antigas. Eu gosto de viver a vida fora dos livros, mas sou apaixonado por estudá-los, sem sombra de dúvida o poder está no conhecimento, e é por isso que alguns povos são até os dias de hoje destinados à ignorância por seus governos – é mais seguro assim! Povo sem conhecimento, sem cultura, é povo fraco, passível de controle. Quem consegue controlar facilmente o esperto, o inteligente, aquele que conhece bem os seus direitos?

Através dos livros, desses estudos antigos, pude perceber que o povo em geral, em qualquer lugar do mundo ou época da História, sempre foi proibido de obter certos conhecimentos, porque seriam taxados de hereges pela Igreja ou perigosos pelos reis, e assim, através de um grande boicote a intelectualidade, as massas foram facilmente controladas pelas supremacias – sempre mancomunadas com a ala religiosa. Percebi que as civilizações antigas bem sucedidas, foram bem sucedidas porque permitiram a difusão livre do conhecimento entre a população, somado a abertura da mente a novas ideias, a uma religião sem dogmas e na forma como se relacionavam com a vida – como movimento constante sem princípio nem fim. Nem porquês. Sociedades antigas, principalmente as orientais, aprenderam equilibrar feminino e masculino (yin e yang) dentro do Homem e encontrar no Homem uma divindade. Com também encontrar na Divindade sua parte humana.
É fácil também perceber, através do estudo da História, como fomos manipulados através de nossos medos e através de nossas crenças a julgar o que é diferente. Hoje temos muito mais recursos e oportunidades que outrora e ainda somos manipulados e estamos dispersos. O grande mal do século na minha opinião é o excesso de tudo. Se no passado sofríamos porque éramos privados de conhecimento essencial, hoje temos tanto conhecimento que nos é difícil encontrar o que é essencial. Diante de tantas possibilidades, alternativas, caminhos, informações, não sabemos – e não queremos – escolher. A impressão que eu tenho é que hoje o truque é colocar na cara do Homem o que não se quer que ele veja. As sociedades secretas, como a Maçonaria por exemplo, nunca estiveram tão acessíveis e mesmo assim há diversas crendices. A própria ciência tem se rendido a religiosidade e as pessoas ainda estão se automedicando. A internet abriu um mar de infinitas informações e continuamos sem saber onde estamos e para onde vamos quando nos sentamos em frente a um computador. Esse é o Biopoder definido por Michel Foucault, apenas mudaram o cenário e o filme, mas o gênero e as personas ainda são os mesmos!

É preciso aprender a ler o mundo, a trabalhar com as novas tecnologias, entender que a ciência tem dando espaço à religiosidade, captar que governos estão modificando suas estruturas de poder e suas políticas públicas, mas a desigualdade e a exclusão social permanecem. Diante deste cenário novo e complexo precisamos mais do que nunca entender e trabalhar a complexidade. Desta vez o conhecimento é móvel e isso exige um pensamento crítico, isso exige um conhecimento vivo!

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Jonas!!!

Quando vi a figura que você escolheu para esse post, já imaginei que eu ia adorá-lo!!

Você bem sabe que eu concordo com seu ponto de vista 100%.

Assim como você eu também sempre fui extremamente curiosa, querendo aprender o por que das coisas e os misterios do universo.

Recentemente eu tive a chance de visitar a Italia, e sendo que tudo alí tem mais de 2 mil anos, eu fiquei fascinada com essa viagem.

Tivemos a chance de visitar Pompéia, uma cidade que foi construída no século 7 antes de Cristo. Surpreendentemente, ao caminhar pela cidade com o guia turístico, vim a descobrir que essa civilização tão antiga tinha um estilo de vida bem parecido com o nosso, e bem liberal também. Eles já tinham nessa época: eleições, casas de banho com água quente, sala de vapor (sauna), massagem, teatros com comércio ao redor, casas de prostituição que eram legais, e com todas as possibilidades no menu também, canos de chumbo que levavam água para várias partes da cidade, sistema de estacionamento para os cavalos, etc. Fiquei de queixo caído, pois esperava encontrar algo muito mais primitivo que isso. Essa cidade nos mostra o quão desenvolvidas as antigas civilizações eram na verdade.

Essa ideia que as pessoas têm de que hoje tudo está muito escancarado .... é só pré conceito mesmo. Toda a ideia do que é normal ou aceitável numa sociedade foi estabelecida por quem?

Os egípicios tinham um grande conhecimento espiritual e medicinal. E eu me pergunto, onde foi parar muito desse conhecimento? Física quântica não é algo novo, nem uma grande descoberta. Esse conhecimento já era usado por povos antigos como os egípicios!

Imagine só, como estaria nossa civilização hoje se esses conhecimentos que estão só agora sendo aos poucos redescobertos, não tivessem sido "perdidos". Como poderíamos estar mais avançados em nossa espiritualidade, nossa medicina, nossa sociedade em geral.

Como você disse, certos conhecimentos acordam as pessoas, e por isso é bem mais interessante para os governantes das nações que eles fiquem "perdidos". Pessoas desinformadas são flexíveis, manipuláveis.

Realmente hoje em dia há muita informação disponível... mas isso só não basta, precisa saber o que procurar, o que ler para ampliar os horizontes.

I LOVED THIS POST!!!

Keep up the great work!!

Your friend and teacher!

Jonas Souza disse...

Continuemos né... Aline, sou muito grato pelas nossas aulas, como aprendi e cresci durante elas. Ainda aprendo muito contigo. Estou fascinado pelo seu crescimento também, vejo as fotos das suas últimas viagens para o exterior e nota-se que tem visitado lugares incríveis na História da humanidade! Nota-se que tem se enriquecido como pessoa, de tal forma que enxergo nessa sua escrita viva!

Penso que o conhecimento foi e sempre será o nosso bem mais precioso. Essa atual sociedade, que enfrenta desafios sociais, econômicos e ambientais que exigirão – mais do que nunca – cidadãos com uma boa base de educação e a contra partida vê-se na realidade um número alarmante de crianças e adolescentes fora da escola e analfabetos funcionais, obriga a refletir todos os dias no que estamos fazendo para melhorar. Todos nós. O país precisa trabalhar com maior seriedade o preparo educacional da população – que não sei se será capaz de enfrentar esses desafios contemporâneos –. Em busca de resolução vejo pessoas brilhantes pensando nessa difícil questão, desenvolvendo teorias, técnicas, tecnologias e tentando cavar caminhos através de pesquisas e políticas, mas precisa existir uma amálgama nessas forças e ideias. Está na hora de definição de metas com mais praticidade, objetividade, rigor, seriedade e haver firmeza nesse propósito. Este é o momento do país investir maciçamente em educação, do ensino superior ao infantil. Pagar salários melhores aos professores, desenvolver o interesse nas gerações futuras à docência, estipular um currículo escolar base etc. Sabe-se que este processo será complexo, dificílimo, demandará trabalho conjunto atuando de várias linhas e também exigirá considerável investimento financeiro; sabe-se também de que a teoria é mas fácil do que a prática, porém não se trata de uma discussão ainda mais adiável, os problemas socioambientais batem à porta e estamos nessa encruzilhada agora, querendo ou não, e tentar tapar essa grande hemorragia com um pequeno curativo nos levará a decadência!
Resta-se a pergunta: vale a pena trabalhar nessas questões com ainda mais afinco ou não é a mudança o que se quer? Vale ressaltar também que não existirá Poder nenhum se não existir população!

Muito obrigado pela sua eterna presença aqui, por compartilharmos do desejo de ver uma sociedade mais desenvolvida em todos os aspectos. Seus comentários sempre dão um toque a mais no blog e como leitor assíduo sempre os espero! Obrigado.


Hugs!