terça-feira, 12 de março de 2013

Seja mais tolerante



Uma brasa, longe do fogo, é simplesmente um pedaço frio de carvão.

Eu me surpreendo sempre que me deparo com alguém tomando uma atitude extrema, sem avaliar a consequência disso a si mesmo e àqueles que o cerca. Sem se dar conta da importância de parar, pensar um pouco e tolerar. Observo que, na grande maioria das vezes, falta de tolerância tem resultado inesperado e consequências desagradáveis. Às vezes, parando um minuto para pensar já não agimos do mesmo jeito. O resolver as coisas de cabeça quente, crente que somos os únicos com a razão, termina não resolvendo nada. Pois é numa bobeada que nós determinamos coisas que podem mudar nossas vidas de maneira séria e importante. E a vida toma outro rumo mesmo. O resultado é pra valer! Ninguém faz o que quer na vida. Pelo menos não uma pessoa saudável, sociável, respeitadora. Vivemos em conjunto, onde os limites se fazem necessários. Limites esses estabelecidos para nos ordenar, nos organizar, nos potencializar, nunca com o intuito de nos oprimir, nos barrar ou nos separar, porque ninguém pode ser uma ilha isolada do todo, nós precisamos, obrigatoriamente, nos relacionarmos. O ser humano não consegue viver uma vida toda solitariamente, isso é impossível. Nos dias atuais, o que me parece muito fácil de acontecer nas redes sociais, sempre foi impossível de se concretizar na vida real: a desconexão. Não há desconexão na vida real.

Há alguns dias notei que um amigo desativou sua conta do facebook, eu não o encontrava online em lugar nenhum mais. Até recentemente... Aí, conversando com ele – numa das raras vezes em que deu às caras -, ele comentou estar cansado das suas relações e por conta disso excluiu sua conta e decidiu afastar-se dos amigos, dos familiares e dos colegas de trabalho. Passou a anular e ignorar todo mundo. Essa história até parece brincadeira, mas me chamou a atenção o fato de ele decidir isso por se decepcionar com as pessoas que se relaciona e acreditar que simplesmente anulando todo mundo, as decepções se encerram. Tal atitude é tola. Falei isso para ele. Aquele que acredita ser superior, que não precisa de ninguém, que faz o que quer, como quer e vai onde quer, não tem valor nenhum para a vida. Isso me lembra aquelas pessoas moralistas demais, religiosas demais, que precisam crucificar qualquer coisa que vá contra seus princípios, ou aquelas pessoas donas da razão, que não abrem espaço para um argumento.

A vida é um jogo de forças conflitantes e contraditórias, e estamos nesse jogo quer queremos, gostemos, optemos, ou não. Nós somos esse jogo. As relações humanas são difíceis; relação entre pai e filho, relação entre chefe e funcionário, relação entre irmãos, relação entre vizinhos, todas as relações entre os seres humanos são conflitantes, passam por ajustes constantes, são verdadeiros desafios, porque via de regra somos diferentes. E somos humanos! Isso exige paciência com o outro, tolerância com as diferenças, respeito com os direitos e limitações; compreensão com as opiniões e as ideologias opostas as nossas.

Eu entendo em partes esse meu amigo, eu evito até hoje algumas pessoas difíceis. Acredito que todos nós temos algumas pessoas que queremos bem longe da nossa rota. Até acho saudável um afastamento de tudo aquilo que nos adoece, que nos causa mal. E algumas pessoas nos fazem mal realmente. Alguns hábitos, alguns lugares, algumas circunstâncias não nos trazem nada de bom e, em casos assim, acho o distanciamento necessário mesmo. Agora, achar que eu estou sempre certo e o restante do mundo está errado, que eu quem manda e os demais são obrigados a acatar tudo é estar sendo ditador, arrogante, preconceituoso e julgador. Quem pensa e age dessa forma não vive a vida, porque está morto por dentro. Se fazemos parte de tudo e não há a capacidade de desconexão, isso significa que vida é sinônimo de coletivo, de união, de equipe, de conexão e o que desconecta disso está morto.
 

5 comentários:

Anônimo disse...

Hello JOnas!! How are you?? Estava pensando no seu blog esses dias!!

Concordo totalmente com esse post.
Ano passado nós dois vivemos a experiência de tomar decisões em relação á pessoas que era bem próximas. Como você disse, as vezes é preciso se afastar de algumas situações ou algumas pessoas.

Porém sabemos dos espelhos e que independente de quem ficou ou saiu do nosso caminho, todos entraram por uma razão. Sempre agrdeço pelas lições aprendidas com cada um.

Eu achei muito interessante o vídeo do post e a questão que você abordou em relação á tolerância.

Esses dias mesmo temos visto na TV ameaças de ataque com bomba e guerras contínuas entre nações ou dentro da própria nação.

Os protestos se iniciam a fim de alcançar mudanças, nós sabemos disso, todavia, nos dias de hoje, no século em que vivemos, e com toda a evolução penso que a tolerância e o diálogo trariam ainda mais mudanças, e melhores!

Se as pessoas tivessem essa tolerância para com as diferenças alheias, seja qual for: religião, estilo de vida, profissão, descendência, aparência; nossas notícias na TV seriam outras, e o Mundo já estaria em outro nível de evolução, seria um mundo bem melhor... espero estarmos caminhando para isso.

Temos que ser flexíveis com as pessoas, compreender que cada um carrega seu peso, cada um tem sua história. Nossos espelhos nos auxiliam no crescimento e aprendizado, por isso precisamos viver em sociedade. Como minha mãe sempre diz, ninguém cresce sozinho.

Muito bom seu post, as always!

Have a great day, your friend and teacher :)

Hugs!

Anônimo disse...

Bom seria se o autor do texto pudesse aprender com suas próprias palavras talvez passace mais verdade para o seus leitores...

Unknown disse...

Como sempre escrevendo muito bem, textos coerentes e realistas, parabéns a cada dia que se passa te admiro mais, você tem um enorme potencial, e só para finalizar o exemplo foi eu ! rs, gostei muito do post ! (:

Jonas Souza disse...

Oi Aline! Eu vou muito bem e você como está? Que saudade...

As pessoas entram em nossas vidas por algum motivo e nos trazem lições. Como também ficam o tempo necessário para se tornarem inesquecíveis. Ou não. É preciso maturidade e exercitar o desapego para entender a diferença entre relacionar-se com pessoas e tentar possuí-las. Ninguém consegue nada a força de ninguém. Não por muito tempo. Precisamos conviver harmoniosamente respeitando os espaços e os limites de todos. Mas também os nossos.

Obrigado pelo seu comentário – e por você sempre assiná-los –, sempre vale boas reflexões.


Hugs!

Jonas Souza disse...

Oi Herbert

Fico feliz com os elogios... Mais feliz ainda por você ter assinado seu comentário e revelar ser o exemplo do post. Que bom que ele o auxiliou... Certamente que meu objetivo é esse, promover a reflexão, e é para pessoas como você que escrevo, de bem com a vida. Quem não gosta, deveria se perguntar por que perde tempo vindo aqui.


Obrigado
Abraço