
Todo mundo tem um grande medo na vida. O meu é ficar louco. É engraçado, mas é verdade. Me lembro de muito pequeno dizer isso as pessoas e notar como elas tentavam entender o funcionamento desse medo. Até hoje não sei entender exatamente como ele funciona. Sabe quando você tem a sensação que o mesmo caminho que leva à loucura, leva à cura? rs Pois é, acho que já expliquei isso aqui rs rs
Desde de sempre, em algum momento da minha vida, me percebo vasculhando o meu inconsciente, revirando a parte mais profunda. Nem sempre é intencional, às vezes sou puxado e quando dou por mim já estou lá. Preso. Aí começa a tortura: ser capaz distinguir o que é real do que é fantasia, o que é inconsciente do que é consciente, o que é de agora do que já aconteceu ou ainda está por vir... Bagunça mesmo. Tenho a certeza então de que se não entender fico louco. Entendendo, fico sábio mais um pouco. Complexo...
Sempre fui atraído por assuntos sobre a mente humana. Um dia ainda farei uma faculdade de psicologia por causa exatamente dessa atração. Acho fantástica a mente humana. Acho o ser humano muito rico por causa dessa capacidade. Raciocinar. Mentalizar as coisas. Não desmereço os sentimentos e as emoções, até porque eles são originados no cérebro também. Através do sistema límbico. As manias, os TOCs, a dependência, a psicose, a psicopatia sempre me atraíram; a capacidade de criar mundos mentais que são tão reais apenas na mente de uma pessoa me parece interessante; “demônios”, somatizações e tudo o mais sempre foram objeto de estudo pra mim. Sempre fui atraído pela funcionalidade cerebral exatamente pelo mistério e perigo no qual o cérebro nos envolve: a gente nunca descobriu qual a exata capacidade da nossa mente e o que ela é capaz de abrigar – inconscientemente falando.
Passei os últimos anos da minha vida em bibliotecas, livrarias, na internet, em conversas procurando assuntos e lendo livros, desde astrologia, numerologia, parapsicologia, neurologia até antropologia, mitologia, geopolítica, quântica e lei da atração... Descobri coisas fantásticas a respeito da vida e acredito que isso me ajudou a não enlouquecer em algumas épocas e também a quase enlouquecer, exatamente pelo fato de compreender as coisas. Falando assim: é como ir abrindo os olhos e não podendo mais fechá-los, onde você é obrigado então a assistir tudo.
Acredito sinceramente que o conhecimento colocado em prática no dia a dia, se transforma em sabedoria ao longo da vida e essa sabedoria traz ao homem consciência dos seus atos (ou a ausência deles) e com isso responsabilidades. Não dá para voltar e deixar de ter consciência uma vez que algo se tornou consciente, porque não somos como os computadores que é só jogar na “Lixeira” e depois deletar de lá – “pronto, eliminado o arquivo” -. Penso que um trauma pode até "deletar" algo, mas isso não significa que não exista. Ficou latente. Acredito que o ser humano convive com o que aprende e com o que se recusa a aprender, a vida toda, e isso pra mim é uma benção e uma maldição. Pode soar estranho essa linha de raciocínio, mas realmente penso dessa forma.
As pessoas têm vícios, manias e hobbies. O meu é ler, estudar e pesquisar. Acumulando conhecimento. Seja lá o que eu me interessar num determinado momento da vida, pego esse assunto e começo a “disseca-lo”, estudo até chegar ao meu ponto de vista – que sei que poderá ser apenas um ponto de vista, uma verdade dentre as muitas outras. Mas ainda assim é o meu ponto de vista, é a minha mente – não vivo a mente de outra pessoa –, preciso valorizar o que eu concluo então. Sendo certo ou errado, é o que eu fui capaz de concluir, naquele momento da vida. E para uma pessoa entender-me teria que ser capaz de ver a vida, viver as experiências e sentir o mundo exatamente como eu. Como isso não é possível respeito as opiniões dos outros e faço a minha valer também.
Passei muitos estudando sobre a mente humana - e não sou nenhum especialista no assunto! - e quis tentar entender porque para alguns refletir é tão difícil. Porque algumas pessoas sofrem tanto com os próprios pensamentos: sejam de cobrança, culpa, medo, ansiedade... Mecanismos internos que podem prendê-la dentro dela mesma e causar sofrimento. Tenho uma teoria...
Acredito que tem gente que teme tanto mergulhar no próprio (in)consciente, primeiro porque no fundo há aquele medo do que vai existir e segundo porque o desconhecido é quase sinônimo de errado. Mas penso que não conseguimos mentir (conscientemente) a nós mesmos por muito tempo. Não dá. Conhecer a si mesmo significa se fazer perguntas desconfortáveis e obter respostas muitas vezes inesperadas. Se enfrentar mesmo. Pode ser difícil e chato esse processo, só que fazendo isso nós descobrimos uma coisa que se chama: a verdade! Acendendo a luz do quarto, de repente nada de mostro. Enfrentando determinado medo, vemos que foi mais fácil do que parecia. O que eu observo é que ao jogar "luz" [esclarecimento] sobre o que dizemos ser sombras, descobrimos que o mal estava na nossa mente, não existia nada de errado no "escuro"[desconhecido]. O mal fomos nós que criamos, é tão parte de nós quanto o bem.
Outro dia fui estudar umas referências da palavra “diabo”. Você sabia que em algumas culturas ela significa “inimigo”? E que muitas vezes nós somos nosso próprio inimigo? Se Deus vive dentro de nós, acredito que o diabo também viva. Antes que comecem o preconceito e as acusações contra mim, leiam com atenção: não sou anti-cristo, acredito em Deus e tenho muita fé! Ao meu modo. Apenas parto do princípio que julgamos como ruim e maléfico tudo o que desconhecemos ou nos é estranho e acredito que quando praticamos autoconhecimento percebemos que nós mesmos podemos ser maus também. Pessoas do mal. Não são as energias negativas que nos definem assim, são as nossas ações. Energia é energia em qualquer lugar do mundo, em qualquer religião, em qualquer época, o que a define como boa ou má é a nossa intenção – de que forma e com qual propósito ela é utilizada -. Constato que para alguns é mais fácil dizer que foi o diabo ou que a culpada foi a sociedade ou qualquer outra coisa, para no fundo livrar nossa pele da responsabilidade pelos nossos atos. Aí jogamos a resposta das nossas ações e decisões pra debaixo do tapete e tentamos acreditar que não somos responsáveis por nada.
O que eu pretendo dizer e gostaria que enxergasse nesse post?
Antes de mais nada, o que você quiser entender ou enxergar! Aqui é livre para interpretações. Agora, só não me responsabilize pelas suas análises. Pode estar vendo mais sobre você mesmo através do que julga estar nesse post. Eu aprendi e sinceramente acredito que julgamos os outros por nós mesmos.
Acho que somos energia pura e ela só será boa ou ruim conforme como agimos ou pensamos e atraímos o mesmo como resultado. Acho que existe Deus e o diabo dentro de todo ser humano (Um Amigo e um inimigo) e como na estória dos lobos, sobrevive aquele que você alimenta.
Eu descobri que antes de ter medo do que o mundo tem a nos oferecer, comecemos a nos preocupar com o que nós identificamos como perigoso, feio ou mal no mundo, porque através desses julgamentos podemos descobrir mais sobre nós mesmos e talvez toda essa maldade enxergada esteja apenas em nós.
Ao praticar autoconhecimento, eu percebi que posso ser tão cruel quanto aquele que eu julgo como mau e julga-lo nunca me colocará numa posição superior a ele, tampouco vai garantir que um dia os papéis não se invertam, porque nós dois temos uma coisa em comum: somos humanos. Dotados de falhas. Apenas fizemos escolhas e tomamos caminhos diferentes, e é claro que o resultado também mudou. Se eu não puder entender isso, me igualo a ele no erro.
Comece então a se responsabilizar pelas coisas que te acontecem, sempre prestando atenção na forma como você vê o mundo a sua volta e as pessoas ao seu redor, porque mais importante do que ver, é como enxergamos.
Nem todos aqueles que nós julgamos serem pessoas do mal são realmente pessoas do mal, mas em todas as vezes que julgamos um pouco de maldade tivemos.
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