
* Para os budistas, pelo fato de brotar e se desenvolver em águas lamacentas e turvas e, ainda assim, manifestar delicadeza e fragrância, a Flor de Lótus é o símbolo da pureza. Também significa tranqüilidade e uma vida distinta e sagrada.
[/ O ano novo já começou e me parece que meio calado. Parece um ano que promete muitas coisas a todos, mas, como minutos que antecedem um grande ato, sinto o ano observando. Se preparando como uma locomotiva ganhando força... ]
Eu sempre me vejo batendo na mesma tecla ao me deparar com o mesmo erro...
Na minha opinião, nós não somos robôs e por mais que sejam criadas novas tecnologias, existem coisas que não tem como mudar. Como nós mesmos, seres humanos! Isso mesmo, humano...
Ao longo dos tempos estamos esquecendo de que o sofrimento é inerente à nossa condição mortal e que o mundo não é um conto de fadas.
Alguns países, como o Brasil, são campeões em receitas médicas. E pior, algumas pessoas se automedicando à vontade. Isso me assusta mesmo. Há remédios que dopam, dá sono, enganam a dor e faz com que a pessoa se engane, tendo uma sensação de ‘‘paz’’ (bem entre aspas!). Mas que sensação de ‘tranquilidade’ é essa que nos tira da realidade??
Nós estamos nos acostumando com fugas porque nos desacostumamos com a dor. Dor essa que faz parte; como aquela azia depois de uma comida que não caiu bem; como aquela dor de cabeça por uma noite mal dormida; como as oscilações de humor naturais. Ansiedade faz parte. Tristeza faz parte. Depressão, às vezes, faz parte. E, para quem não sabe, na maior parte das vezes, a dor é um modo que o nosso corpo utiliza para sinalizar algo. Então, quando não entendemos o que o nosso organismo quer e precisa realmente e tomamos algum medicamento sem nenhuma orientação médica, nós estamos maquiando algum problema. Que pode ser sério.
E a coisa é mais séria do que parece. O nosso padrão de vida atual é tão cruel e competitivo que nós não aceitamos o menor nível de descontentamento. A busca do dinheiro, estética e status a todo custo. Quanto mais temos mais queremos e quanto mais queremos mais gastamos. E na menor sensação de abatimento, a válvula de escape é sempre um vício. Alcoolismo. Consumismo. Remédios. Dormir para não encarar a realidade. Medicar-se para enganar a dor.
Eu não sou sadista ou masoquista, dizendo que devemos sentir dor; muito menos acho que deveríamos parar de tomar remédios. O fato é que nunca se deve tomar nenhum medicamento sem prescrição médica! E que qualquer tipo de fuga, na hora de enfrentar uma situação problema, é alimentar o fogo!
Precisamos compreender, de uma vez por todas, que somos seres humanos. Oscilamos. Os dias não são sempre iguais, nem nós. A gente muda. Descontentamento não é o fim do mundo, nem acharemos o paraíso no fundo do copo. Precisamos aprender a controlar nossos demônios, nossas angústias e entender que não somos perfeitos. Somos imprecisos e inconstantes, porque, via de regra, Não somos Máquinas!
Quando eu vivo um problema, a primeira coisa que eu faço é ‘ficar em mim’. Equilibrado. Nada de fugir da situação nem fingir que nada acontece. Aí com as mãos firmes nas rédeas, eu foco no problema pra valer, sento e converso comigo mesmo e tento ver o enigma por vários parâmetros. Se for algum problema físico e os sintomas persistem, o primeiro caminho é um médico. O segundo passo é meu corpo e eu. Eu não sou o super-homem, mas na minha opinião, se teve uma entrada tem uma saída. Eu sempre acredito que tudo tem uma solução, não importa o problema, e, por mais que doa, custe energia e custe força de vontade, mais dia menos dia eu encontrarei uma resposta. E eu preciso estar são para entendê-la.
Nesse momento existem famílias com entes queridos doentes. Pessoas passando pelo dolorido processo de uma separação. Têm pessoas que sofrem por limitações físicas ou psicológicas. Há aqueles passando por sérias dificuldades financeiras. No entanto a grande maioria encontra nas suas limitações e na dor das suas histórias um motivo a mais para continuar a viver. Pessoas essas que levantam todo dia motivadas a viver melhor e descobrem a incrível capacidade do ser humano de se superar.
Faça do seu problema uma ponte e não uma barreira. Problemas não é o fim do caminho. Não significa que você é um fracasso. É só uma oportunidade para você se superar e crescer. Para evoluir.
Você prefere viver de olhos fechados ou abrir os olhos?? Pense bem.
[/ O sofrimento é como uma fera, sobrevive se você o alimenta. ]
4 comentários:
Ju,
tudo o que você escreveu está certo, para mim, porque eu penso da mesma forma. Eu acho que não adianta nada a gente fugir sempre, por medo de enfrentar uma dor, um descontentamento qualquer.
Eu observo pessoas que não suportam a sensação de descontentamento. Não suportam qualquer tipo de dor ou algo que fuja da rotina.
Do meu ponto de vista, problemas fazem parte de uma vida saudável e não ter problemas é 'o esquisito'.
Eu acredito que nós estamos esquecendo que não somos deuses e somos de carne e osso: temos desejos e vontades, temos necessidades e temos FRAQUEZAS. Esse é o 'x' da questão, nós temos fraquezas; no entanto, eu acredito que, quando trabalhamos bem nossas angútias, podemos transformar todo sofrimento em lição. A vida é feita de transformações!
Beeejo, Ju
Não se preocupe comigo; este post é só o reflexo do que eu vejo e não do que eu vivo neste momento.
Fique com Deus.
Concordo plenamente com vc, Jonas: "não adianta fugir nem mentir pra si mesmo" (grande Lulu Santos!). Deus nunca nos dá um fardo que não possamos suportar. E os problemas, por mais terríveis que sejam, sempre nos ensinam algo de bom. "Chama-se escotoma, a mente vê o que escolhe ver" (Sir Leigh Teabing, The Da Vinci Code).
Atrás da vida perfeita, onde ter problemas parece um pecado mortal, a gente acaba se desvirtuando da perfeição das coisas naturais. Quer dizer, se mesmo imperfeitos nós, humanos, somos tão fantásticos, certamente é nisso que consiste a perfeição: em sermos imperfeitos. Querer que os problemas não existam é alterar a ordem natural das coisas. Sabedoria se adquire com o tempo e os tapas da vida. Não existiria mal sem bem. Iso é a perfeição natural das coisas, e por mais que qeuiramos, não podemos fazer nada para mudá-las. Mesmo porque, de que adiantaria sermos perfeitos e tolos?
Adoro acompanham teu blog. Meus parabéns!
Abraços!
Dilly,
demais o que você escreveu, e você escreve muito bem, hein! Nossa, parabéns mesmo!
Eu vou por esse caminho (aquele onde acredito que a dor me fortelece), porque acredito que é necessário transformar o sofrimento em coisa produtiva; como quando usamos o limão para fazer a limonada.
Eu não gosto de sofrer nem acho legal amar a dor, mas quando passamos por uma fase difícil, logo após podemos nos tornar mais frágeis, mais duros ou transformados. Acho a terceira opção mais interessante.
Ser muito frágil não é bom, ser duro demais também não, o caminho é aprender que todo dia pode mudar, nós também podemos e tudo faz um sentido bom quando escolhemos crescer.
Adorei seu Blog
Adorei que tenha comentado, você é muito inteligente.
Um grande abraço
Fique com Deus.
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