sábado, 23 de novembro de 2013

A PAPISA JOANA





"Um poema é um mistério cuja chave deve ser procurada pelo leitor." (Stéphane Mallarmé)


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Somos Iguais


"Igualdade racial é pra valer", Petrobras:


"Professores, pesquisadores e outros especialistas destacam a importância da igualdade racial e discutem as origens da discriminação no país, além de reconhecer a contribuição da população afrodescendente na construção da sociedade brasileira."


"Ela renega a própria raça":


Jornalista Regina Volpato


"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." (Nelson Mandela)


Saiba mais: Dia Nacional da Consciência Negra.


sábado, 16 de novembro de 2013

Pensar, pensar e (re)pensar a Educação!


"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. " (John Dewey)


Desde de muito pequeno sempre fui fascinado pelo tema Educação; sempre gostei de escola, e sempre estudei em escolas públicas também. Mas o engraçado, quando me lembro dessa época, é que vejo nitidamente um divisor de águas no meu próprio interesse, quando passei da infância à adolescência por exemplo. Durante o ensino infantil e o fundamental, lembro-me de gostar de fazer os trabalhos e as atividades e de discutir com os meus professores sobre diversos temas; eu sentia prazer em aprender naquele universo sempre móvel e instigador: ora era sala de aula; ora em sala de vídeo; ora íamos ao pátio, à grama, à biblioteca etc. Gostava muito pois não sentia desvinculação entre aquilo que aprendia no quadro negro e a minha vida fora da escola. O que ocorreu após esse período – durante o Ensino Médio – para ser mais exato ainda um pouco antes, a partir da oitava série – foi um certo desinteresse pela escola. Sempre fui inteligente e sempre gostei de estudar, mas não gostava "daquilo" (a forma como os conteúdos eram ministrados). Naquela época, mesmo de maneira muito superficial, pensando em termos de Educação, achava a escola distante. Não tinha conexão entre as disciplinas – pelo menos eu não sentia –. E o pior de tudo eram as cobranças; provas rigorosamente avaliadas (que nada avaliavam de fato) e aulas rigidamente monitoradas (que mesmo assim não nos seguravam); isso a jovens na puberdade, com absoluta certeza, é a forma mais incorreta para se trabalhar. Simplesmente não compreendem nessa linguagem.

E por que estou falando disso? Porque se hoje já concluí o Ensino Superior é porque em algum momento tive uma "iluminação de consciência" – vou chamar assim – e retomei um caminho abandonado – após ser reprovado no Ensino Médio! Quem lê essas linhas e observa o meu blog talvez deva supor que sou um alguém muito letrado, culto, até como se por alguma espécie de dom tivesse nascido assim ou que foi por toda vida um aluno "nota 10". Em primeiro lugar nem sou tão inteligente assim; sou curioso – o que para mim é diferente e até melhor. Em segundo, sempre gostei de estudar sim, mas isso não mudou em nada o fato de eu ser reprovado no Ensino Médio e de por alguns anos pensar que jamais pisaria numa instituição de ensino novamente. Por sorte (mesmo!) resolvi, num belo dia, matricular-me no EJA e concluir os estudos “básicos”. A que atribuo a reprova? Existiram “n” motivos na época, mas o principal deles, certamente, foi o incômodo que eu sentia em ter que ir à escola - então eu não ia; não via produtividade naquilo, tampouco sentia que seria útil para a minha vida. Então por que resolvi voltar? Existiram, também, “n” motivos na época, mas o principal deles, sinceramente, foi porque queria fazer uma faculdade e melhorar minha situação de vida. Busquei, basicamente, ascensão social e estabilidade financeira. Acho que ainda não as encontrei, mas... vamos adiante com o raciocínio... rs rs rs
Estou brincando um pouco, porém, infelizmente, essa é ainda hoje a realidade que observo em muitos adolescentes que conheço: eles não gostam de ir à escola, não veem muito sentido nela e estão considerando mais produtivo ir trabalhar do que ir estudar. Falo como profissional de recursos humanos, pois trabalho todo dia com essa realidade. E falando como cidadão: acho uma grande pena e uma vergonha para o nosso país. Estamos falhando com esses jovens! Jovens que não conseguem enxergar utilidade na escola, perdendo assim o interesse no aprendizado, no conhecimento.

Hoje, após todo o percurso que trilhei, afirmo categoricamente que estudar, adquirir conhecimentos variados, abrir a mente para novos olhares, aprender sobre outros costumes e outras culturas diferentes é extremante rico para o ser humano. Isso traz a ele noções de responsabilidade com a sociedade, respeito e tolerância com o outro e abertura para ideias diferentes; para a troca efetiva de cultura e vivências. Esse foi, e ainda é, o meu maior ganho com a Educação. E só pude constatar isso da pior maneira infelizmente: abandonando os estudos após ter sido reprovado e, depois de muito tempo, retomando apenas por questões financeiras. Não me culpo, porque graças a Deus voltei. Mas este não é o caminho; não precisamos chegar ao final de uma rua para descobrir que ela não tinha saída, se todos os sinais já não mostravam isso. Nós precisamos despertar nos nossos jovens (principalmente neles eu acho, porque o desinteresse maior parte deles) o entendimento da importância de frequentar a escola, de absorver conhecimento vivo e de colocar em prática no seu dia a dia esses conteúdos. Muito mais do que para ser um profissional requisitado no mercado. Muito mais do que para adquirir bens materiais. Muito mais do que para se obter um diploma universitário. Tudo isso para eles se transformarem em homens e mulheres melhores. Cidadãos conscientes, éticos, justos, humanos e solidários, que vão liderar a sociedade futura. Não é utopia, porque é possível! Utopia é algo praticamente improvável de acontecer, uma fantasia; mas isso não é um sonho impossível. Não devemos desacreditar nesses jovens, porque falhar com eles é falhar com toda a sociedade, onde igualmente todos pagaremos o preço por isso – preço que já estamos pagando! O negro, o branco, o índio, o rico, o pobre, na cidade ou no campo... Todos, sem exceção, têm o dever de colaborar com essa questão. Os pais em não permitir que seus filhos abandonem a escola e possibilitar que eles cheguem até ela; os governos em criarem políticas públicas melhores, mais condizentes com as realidades diversificadas desses jovens, e as empresas colaborarem com projetos que permitam que esses jovens não necessitem ter que abandonar seus estudos para frequentar o trabalho. E basta, de uma vez por todas, do discurso da “tarefa difícil”! Difícil todos sabemos que é. Sabemos que é um desafio, uma verdadeira transformação complicada, complexa, que demanda tempo e trabalho conjunto (PúblicoxPrivadoxSociedade). Mas sabemos também que é necessário abraçar essa causa, entendendo os impactos da falta de Educação e a relação com a violência, o trabalho infantil, as drogas, a marginalidade, no prejuízo que é para a sociedade como um todo; transformar a Educação é uma tarefa INESCAPÁVEL! - palavra muito bem dita por Celso João Ferretti, do Centro de Estudos em Educação e Sociedade. Adorei essa palavra.

Admito que as autoridades estão despertando para essa importância. Está se enxergando com olhos mais atentos e está havendo o conflito. O conflito é ótimo! A discussão, por mais que desencontrada, é ótima! Pelo menos enxergou-se o desafio! Se estamos chegando a algum lugar ou não, ou se chegaremos, ainda é cedo para nos respondermos. Mas já é um grande passo à frente existir um movimento para mudanças que vai ganhando forças. Estamos quebrando paradigmas, e é necessário quebrá-los.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

...



"I can't tell where the journey will end
But I know where to start"

 (AVICII Feat. Aloe Blacc)

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Vai com calma...



A atividade vence o frio; a inatividade vence o calor; assim, com a sua calma, vai o sábio corrigindo tudo no mundo. (Textos taoístas)


Nos momentos em que a vida parece não responder às minhas preces, sei que ela exige um pouco mais de mim. O que sinto nesses momentos é medo do que virá pela frente e uma grande insegurança: não ser capaz de dar conta do recado – porque a gente quer sempre corresponder às expectativas –. Aprendi que quando a vida fica assim, meio pacata, meio morosa, ela está observando atenta cada movimento, que precisa ser feito. Como se fosse uma mãe pássaro que empurra o filhote do ninho e espera que ele bata as asas.
Estou arriscando algumas posturas diferentes na minha vida e enfrentando firme algumas opiniões contrárias por conta disso. Tenho apostado todas as minhas fichas em onde isso vai dar. Acho que isso tem me tornado um pouco duro demais e tem horas que nem me reconheço, mas fiz as minhas opostas e espero a roleta girar e ver onde vai dar. Será que vai terminar a meu favor? Ninguém saberia responder ao certo e não ter respostas é o que aflige tanto.

Acordo todos os dias e saio para o quintal olhar para o céu pensando sobre como será o dia de amanhã e nunca encontro certeza alguma. É claro que tenho planos. Todo mundo tem os seus. E é óbvio que eu, um alguém todo racional e pé no chão incorrigível, teria uma meta a ser trilhada com protocolos rígidos, mas o fato é não sentir a vida conspirando ao meu favor – ou talvez testando-me até onde sou forte. Sinto os caminhos todos amarrados; sinto algumas pessoas atrapalhando ao invés de ajudar; as vezes sinto medo e muita raiva, como se de alguma forma eu estivesse enfrentando o mundo para atingir o que quero. E essa é uma sensação péssima! Então como sou orgulhoso e um tanto teimoso, ergo a cabeça e digo a mim mesmo que conseguirei superar os obstáculos custe o que custar (e fico tentando acreditar nisso) – sem deixar transparecer dúvidas e medo de tudo dar errado –.
Acho que o que me assusta tanto é ter que começar do zero se preciso; não sou muito bom para lidar com altos e baixos, as vezes me conforta a ideia de rotina e estabilidade – e sei que preciso aprender a me arriscar mais; mas arriscar significa admitir não se ter controle absoluto, e vivo imaginando que tenho...

Esse post deve estar com um ar enigmático ou talvez melancólico, mas a ideia central nem é essa; é apenas para refletirmos essa questão de que algumas vezes na vida temos raiva por não conseguirmos realizar as coisas do exato jeito que queremos e dá a impressão de que tudo ao nosso redor corrobora para desistirmos. A gente quer avançar e não consegue; a gente quer falar algumas coisas mas parece que ninguém da ouvidos; toda ação parece estar reprendida; e isso exige uma dose de paciência; de persistência; de calma...
Neste momento da vida quero dar início a novos projetos e tenho me arriscado, mas vejo a vida pedindo calma. Me segurando. Diante disso tenho exercitado a capacidade de compreender e respeitar esse sinal vermelho; no fundo eu sei que tudo tem o seu tempo de acontecer, que a vida tem mesmo uma ordem natural das coisas, mas na prática é muito difícil.

É preciso entender que a vida não dá garantia aos nossos sonhos, mas mesmo assim é necessário continuar a sonhá-los. Assumir que apesar de não termos o controle de todas as circunstâncias, precisamos mesmo assim persistir nelas. Quando as coisas ficarem difíceis demais, suportar. Quando parecerem não ter mais saída, ter calma. Mas olhando sempre para a vida com uma admiração constante; contemplando a beleza que se esconde em todos os cantos. Reverenciando a natureza e agradecendo-a, porque seja como for, estamos vivos. Aos momentos complicados, ouvir uma boa música nessas horas acalma. Observar com atenção uma paisagem nos ensina muito. E quando estivermos muito pessimistas, procurarmos acima de tudo ter fé na vida e descobrirmos assim dentro de nós a faísca de sabedoria criadora, de poder transformador. Em contato com essa nossa parte sagrada mudamos a vibração da nossa mente. E tudo, exatamente tudo, acredite, começa por aí.