"Sou
eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha
resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo
me der" (Carl Gustav Jung)
Recentemente
fiz espontaneamente uma avaliação mental com fins científicos, que
se objetiva a caracterizar temperamento, comportamentos e aspectos
pessoais, assim como também avalia sintomas e transtornos
psiquiátricos possíveis. Fiz online. Gratuitamente. Utilizei este site. Vou
dividir este post em dois temas centrais. No primeiro falarei da
importância de nos expressarmos. No segundo, foco desse post, utilizarei o resultado do meu teste para argumentar sobre o excesso
de um falso controle.
Achei
interessante e gostei da elaboração e sistemática do teste,
principalmente do resultado dele, que acredito que chegou muito
próximo de como estou – neste momento. Alguns já devem ter notado
aqui no blog que gosto de assuntos com um teor psicológico.
Psiquiátrico. Filosófico. Sociológico. Gosto de ler artigos e
matérias sobre eles sempre que posso. Sobre neurociência,
quântica e medicinas alternativas também. Sou curioso e pesquiso
sobre qualquer coisa que me interesse. Leio sobre um assunto, observo
as teses contrárias sobre ele, avalio tudo e tiro minhas próprias
conclusões - que jamais foram verdades absolutas, uma vez que nunca
cursei essas especialidades numa faculdade por exemplo. Aqui neste
blog então nunca existiu nem existirá alguma verdade absoluta. Se
bem que nem mesmo um especialista será algum dia dono de verdades
universais. Mesmo assim, continuo convicto da importância de todos
nós termos opiniões pessoais sobre as coisas. É importante que nos
posicionemos no mundo. Isso é ter atitude como pessoa!
Sei
que utilizo um método dedutivo para escrever aqui, que pode sim ser
a argumentação de um leigo em muitos assuntos, mas baseio-me sempre
em referências e considero importante o ato da expressão. Não
tenho dúvida que a humanidade só evolui na tentativa e erro,
através da troca de experiências e opiniões contrárias e
pessoais. É uma grande pena o fato de uma pessoa se intimidar pela
opinião pública e deixar de expôr suas ideias em razão disso. Por
medo talvez de ser taxada de arrogante, cala-se. Num silêncio que
nunca emite o que pensa. Nunca fala do que gosta. Estando sempre a
margem de si mesma. E isso é muito triste. Há pessoas de uma
indiferença total a cerca de qualquer assunto, nunca têm opinião
formada sobre nada. Vivem num relativismo pouco ou nada produtivo,
que acho muito castrador, não traz criatividade nenhuma e no fim empobrece e enfraquece a existência. Expressar-se é viver!
Expressar-se não é sinal de arrogância, sim de potência, de
coragem. Arrogância consiste na forma de se expressar, não na
expressão em si. Apesar de jamais existir um único caminho,
isso não invalida o direito da argumentação. Da dedução. Daquele
famoso chute! E se no fim se provar que estávamos errados o tempo
todo, pelo menos alguém foi forte o bastante para erguer a mão e emitir sua opinião contrária!
Termino
então essa parte do post lembrando que nascemos dotados de
racionalidade. Se cada um tem o seu próprio cérebro,
significa que não vamos pensar a mesma coisa que todos nunca.
Então a gente não precisa fingir que pensa!
Quanto
ao teste, uma coisa chamou muito minha atenção no resultado, que
foi o aspecto "controle", um dos aspectos avaliados neste
teste. Fiquei pasmo ao deparar com um altíssimo grau de controle no
meu comportamento. Sei que sou bastante disciplinado e gosto de
regras, mas fiquei realmente impressionado com a escala de avaliação
para o quesito controle, que deu quase 100%! Noto isso agora mesmo,
neste momento que escrevo. Eu escrevo uma palavra e já apago.
Escrevo outra e reescrevo a frase inteira. Numa tentativa incansável
de encontrar as palavras certas que darão o exato sentido ao que
quero expressar aqui. E sabe o que é isso? Isso é uma pura besteira!
Não há palavras exatas. Há apenas uma ideia na minha
cabeça. Mas essa neura quase infernal que me trava. Isso explica porque não postei nada nos últimos dias,
mesmo querendo muito. Tive inúmeras boas ideias que, no
instante que sentei para escreve-las, já não me pareceram mais tão
boas assim. Então saí em busca de melhores ideias... Nem
preciso dizer o resultado né, o que isso significa... O tempo passa e a vida vai embora...
Quando
tentamos controlar demais a vida deixamos de vive-la então, porque Vida necessariamente é descontrole. Absolutamente. É improvável, intangível, indomável. A vida, as paixões, a alegria, os
prazeres todos são impossíveis de serem totalmente controláveis e por natureza tendem a nos destruir. Ao vivermos demasiadamente uma paixão sentimos que ela nos adoece. Um prazer levado ao extremo pode ser a causa da nossa morte. A vida em si leva a morte. Porém é através de controle que existimos, e no entanto não significa que o excesso de
controle garante domínio sobre a vida. Porque não controlamos nada
em absoluto. Nem a nós mesmos!
Neste momento sinto como se
estivesse em frente a um enorme outdoor, com letras garrafais, escrito: VOCÊ É DOMINADO!
Finalizo
essa última parte dizendo que devemos ter um mínimo de controle em nossas
vidas para vivermos plena e responsavelmente bem em família, em sociedade,
com nós mesmos. Porém sem jamais buscar um controle absoluto sobre algo, porque no fim o que encontraremos não passarão de ilusões!