quarta-feira, 21 de setembro de 2011

QUAL É O SEU FOCO?


[/ "Não precisamos saber nem como nem onde, mas existe uma pergunta que todos nós devemos fazer sempre que começamos qualquer coisa: Para que tenho que fazer isto?" (Paulo Coelho) ]


Às vezes me assusta deparar com a nossa total entrega às coisas erradas. Todo mundo vê, sabe que está errado, se acostumou - e invarialmente consente -. Depois se tenta aliviar a consciência ao declarar que não há o que possa ser feito a respeito; o que me cansa é isso, uma reação passiva/omitiva da sociedade ao que ainda deveria nos chocar. Sim, violência ainda me choca; notícias sobre mortes, catástrofes, comportamentos antiéticos ainda me causam asco. Não consigo crer que essa realidade está comum em lugar algum, pra ninguém, eu sinto muito se ainda não sou capaz de me acostumar com o que é antiético.

Nunca fui fã de omissão, acredito que estar por dentro do que acontece ao nosso redor é necessário e importante, o que me espanta é o foco!
Ligo a TV por exemplo, já de manhã sou confrontado com notícias sobre mortes no trânsito ou crianças envolvidas em tráfico de drogas; abro o jornal e na primeira página - numa foto enorme -, me deparo com o casamento de alguma celebridade, e no fim - bem no cantinho da página, quase imperceptível aos olhos alienados - uma notícia sobre cultura.

Em qualquer roda de pessoas, em qualquer momento ou lugar, os assuntos mais comuns são sempre os menos importantes, e os que talvez se deveria focar mais, tentar encontrar solução, simplesmente não se discute. É uma coisa velada.


Fico surpreso com o foco que a sociedade tem dado a certas coisas e não a outras. Ser professor na minha época - e não sou tão velho assim -, era motivo de orgulho e respeito, hoje é ganhar pouco e ser desprezado em sala de aula. É vergonhoso parecer inteligente numa sociedade que o importante é parecer popular(?). Na atual "filosofia psicopata" é vergonha ser transparente e jogar limpo(?). Enquanto coisas que deveriam ser importantes na vida de alguém saem de moda é espantoso os motivos que causam interesse e vergonha em algumas pessoas. Onde está o foco?

Longe de ser moralista extremo ou uma pessoa radicalmente crítica, penso que as coisas estão meio que indo contra à maré e nos resta atentar somente uma coisa: é isto o que queremos - abrir o jornal e ler tragédias, assistir TV e ver tragédias, conversar sobre mais tragédias ou quem sabe sobre algum "
'Reality' Show ", enquanto assuntos como planejamento familiar, cultura, saúde, política ninguém se atreve?! Esse é o foco?

Repense onde os seus olhos estão voltando atenção e avalie se é isto o que quer pra sua vida. Dizer que não faz política, que não gosta de ler, que não gosta de cultura e que papo cabeça é coisa de chato é se destinar à alienação. O que fortalece uma pessoa e a protege de abusos, e desenvolve uma população por completo é informação e cultura.

Não resolve a gente se preocupar única e exclusivamente com a nossa própria vida e o outro que se resolva sozinho; não adianta fechar as portas da nossa casa e fazer de lá um lugar melhor enquanto porta à fora há problemas. A gente vai ter que se entender aqui, por esse motivo cidadania é um dever. Enquanto vivermos na filosofia: "na hora de rir e se divertir é todo mundo junto e na hora de resolver os problemas é cada um por si", as coisas só tendem a piorar.



[/ Como minha professora de inglês diz, " a gente assiste um telejornal sobre guerras, assaltos, assassinatos, violência e no final um sorrisinho e 'Tenham uma boa noite!' "
(Hã?!) ]

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Originalidade Vs Mediocridade


[/ "O processo de banalização que atinge todas as atividades humanas – lazer, trabalho, estudo – promove simultaneamente a mediocrização do sujeito. Segundo um antigo dicionário, medíocre é "mediano, ordinário, insignificante, vulgar, sem mérito, aquele que está entre mau e insuficiente"" (Márcia Denser) ]


Há dois tipos de pessoas no mundo, aquelas que são interessadas no novo e seguem essa curiosidade natural se lançando no desconhecido e se descobrindo a cada fase da vida e aquelas que não gostam de mudança, aceitam um único padrão imútavel de vida e vão levando uma existência morna, sem grandes imprevistos e também sem grandes aprendizados.
As primeiras, as chamadas de "diferentes" na sociedade, são pessoas que pensam realmente diferente, porque acreditam que a vida muda, que as pessoas são diferentes e entendem isso, são pessoas que valorizam as suas experiências vividas e sempre estão em busca de respostas, são questionadoras, desafiadoras e amam criar algo novo e digno de admiração.
As outras, as pessoas medíocres, acreditam num único caminho para a felicidade, que só existe uma forma para se viver na sociedade e é dever de todo mundo seguir à risca essas "normas éticas". São pessoas que sonham com uma casa própria, um carro bom, um emprego bom - e que vão se aposentar nesse trabalho, para aí começarem a viver a vida! Não discordo que ter casa própria + carro bom + emprego estável sejam ótimas coisas para qualquer ser humano, mas peço desculpa se não compartilho desse sonho. Eu não. Eu não consigo. Porque eu quero mais do que isso. Eu quero, antes de ter posse de inúmeras coisas materiais, poder dizer que me conheço tão bem a ponto de saber tirar minhas próprias conclusões, ser dono das minhas verdades e com isso autor da minha história. Vejo uma porção de gente (gente medíocre) que é cheia de posses, mas a própria pessoa não teve o privilégio de se possuir ainda. E isso é uma pena, me desculpe.

As pessoas originais infelizmente estão em minoria na sociedade, porque a grande maioria não percebeu ainda que nós não somos iguais, não é possível viver de forma genérica. Não há como você ser medíocre após entender isso. Ninguém nasce fadado a ser uma coisa ou outra, é sempre uma questão de escolha: aceitar ou entender as coisas. Acredito que se pode tirar uma boa conclusão só do fato de nascermos nus, ninguém nasce usando roupa da moda, pendurado num celular multimídia, acoplado numa televisão de LED e escorrega para um carro conversível, porque obviamente as únicas coisas que precisamos para viver nesse primeiro momento é gratuito: pensar, sentir e respirar. Ao longo do tempo as pessoas esquecem das necessidades principais e pulam para o desnecessário, esse é o problema, essa inversão de prioridade que gera uma inversão de valores.

Pessoas originais são mais difíceis de se reconhecer à vista, mas as medíocres são fáceis de serem reconhecidas, porque via de regra andam juntas. E na grande parte do tempo delas estão falando da vida das outras, principalmente das "diferentes".

Que tipo de pessoa você quer ser, original ou medíocre?
Se aceita um conselho, seja original. Vale mais a pena. Lute para ter suas próprias opiniões, baseadas em suas ideias bem refletidas e mude quando preciso. Com o tempo vai acabar percebendo que a sociedade é original - pelo menos deveria ser -, o que acontece é que tomamos como correto a mediocridade. Mas, nada que não possa ser mudado.


[/ "Todo o escritor que é original é diferente. Mas nem todo o que é diferente é original. A originalidade vem de dentro para fora. A diferença é ao contrário. A diferença vê-se, a originalidade sente-se. Assim, uma é fácil e a outra é difícil." (Vergílio Ferreira) ]

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O conhecimento está na busca


[/ “A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.” (Mário Quintana) ]


Semana passada, durante uma aula na faculdade, um professor disse algo que cravou em minha mente. Enquanto ele explicava sobre estilos, técnicas e conceitos sobre Negociação, disse que o maior erro numa negociação é tentar encontrar solução antes de conhecer a raiz do problema – “Muitas vezes a gente busca respostas para perguntas que desconhecemos”, disse ele. Fiquei imóvel, pensei sobre meu Blog na hora, no meu interesse nele: uma busca interior por respostas! O mais espantoso não foi constatar que também busco respostas, porque sei que todo ser humano busca as suas, o que me surpreendeu foi eu me questionar se conheço as minhas perguntas. Logo em seguida, me perguntei: “Como buscar respostas para perguntas que não sei exatamente quais são?!”.
Meu professor finalizou dizendo que a resposta se torna clara quando se enxerga com clareza a pergunta para ela.

Nos últimos dias, me dediquei a refletir sobre isso – porque esse assunto me intrigou bastante – e tentei encontrar as tais perguntas! Não foi uma tarefa fácil, confesso, talvez não tenha chegado a uma conclusão assertiva ainda, no entanto, sei que busco através desse espaço reflexão sobre a minha própria vida. Aqui me questiono sobre alguns conceitos, me encontro comigo mesmo, me desvendo de alguma forma, me reinvento em outras, mas sempre com o intuito de inovar para mostrar ao mundo uma nova imagem minha e assim poder evoluir como pessoa. Acredito que não é possível evoluir sem alterar a matriz e toda alteração passa por um processo – que nem sempre é saboroso.


Cheguei a conclusão que procurar por perguntas imutáveis é me fadar a uma resposta absoluta, e se parto do princípio que não existem respostas definitivas, também não existem perguntas imutáveis. Assim, estamos sempre nos perguntando algo diferente em cada fase da vida! E em cada fase da vida respondemos diferente também! São questionamentos internos e subjetivos e as respostas, num primeiro momento, nem sempre são esclarecedoras. O conhecimento está na busca! Como canta os Titãs em Enquanto houver sol: “É caminhando que se faz o caminho”. Através das nossas experiências, a vida vai se revelando à medida que vamos seguindo – e a gente nem percebe!



“Enquanto houver sol
Enquanto houver sol

Ainda haverá

Enquanto houver sol

Enquanto houver sol...”



[/ Antigamente eu perguntava por quê?! Hoje eu me pergunto por que não!?]