
[/ Vou fazer uma autobiografia.
Esta é a primeira vez que contarei abertamente sobre minha história, poucos sabem; não tem nada de escandaloso ou ilegal, mas momentos de profundas mudanças e valiosos aprendizados ]
Esta é a primeira vez que contarei abertamente sobre minha história, poucos sabem; não tem nada de escandaloso ou ilegal, mas momentos de profundas mudanças e valiosos aprendizados ]
Oi...
Eu não sei quem está lendo essas linhas, então me apresentarei: Meu nome é Jonas Aparecido de Souza e cresci no interior de São Paulo. Fui sempre uma criança reservada. Me lembro de fazer grandes reflexões e passar horas e horas absorto olhando para o céu. Optava por me isolar, ter poucos colegas e viver entre amigos imaginários. Isso causava muito estranhamento nos meus pais, que chegaram a pensar que fosse autismo.
Têm coisas que não saem da minha cabeça, e do coração, tais como: subir no telhado durante as madrugadas, tomar banho de chuva e roubar goiabas no vizinho.
Mesmo tendo uma infância sadia e até que normal, meu pai sempre deixou bem claro o quanto eu tinha que estudar – isso não era muito saudável -. Eu já não sabia o que era o amor ao conhecimento, pois fui obrigado a ser sempre o melhor! Para o meu pai só existia dois: o que vence e o que perde. Quando fazemos algo apenas para agradar alguém, que não a nós mesmos, as coisas ficam meio estranhas – eu procurava a todo custo corresponder às expectativas dele -.
Minha casa parecia um quartel. Minha mãe trabalhava demais, dentro e fora de casa. Meu pai parecia um general. Eu, o soldado dele que tinha a missão de salvar os outros! Tenho um irmão, três anos mais velho, que não foi metade do que fui cobrado: meu pai me corrigia até nos pingos dos ‘is’!
A infância foi uma época difícil pra mim, mas, como tudo, eu sabia que uma hora ia passar, aguardei impacientemente...
Eu não sei quem está lendo essas linhas, então me apresentarei: Meu nome é Jonas Aparecido de Souza e cresci no interior de São Paulo. Fui sempre uma criança reservada. Me lembro de fazer grandes reflexões e passar horas e horas absorto olhando para o céu. Optava por me isolar, ter poucos colegas e viver entre amigos imaginários. Isso causava muito estranhamento nos meus pais, que chegaram a pensar que fosse autismo.
Têm coisas que não saem da minha cabeça, e do coração, tais como: subir no telhado durante as madrugadas, tomar banho de chuva e roubar goiabas no vizinho.
Mesmo tendo uma infância sadia e até que normal, meu pai sempre deixou bem claro o quanto eu tinha que estudar – isso não era muito saudável -. Eu já não sabia o que era o amor ao conhecimento, pois fui obrigado a ser sempre o melhor! Para o meu pai só existia dois: o que vence e o que perde. Quando fazemos algo apenas para agradar alguém, que não a nós mesmos, as coisas ficam meio estranhas – eu procurava a todo custo corresponder às expectativas dele -.
Minha casa parecia um quartel. Minha mãe trabalhava demais, dentro e fora de casa. Meu pai parecia um general. Eu, o soldado dele que tinha a missão de salvar os outros! Tenho um irmão, três anos mais velho, que não foi metade do que fui cobrado: meu pai me corrigia até nos pingos dos ‘is’!
A infância foi uma época difícil pra mim, mas, como tudo, eu sabia que uma hora ia passar, aguardei impacientemente...
Cheguei na adolescência e um desejo de liberdade gritou forte dentro de mim, ecoando por todo lado. Aos quatorze anos foi o auge da minha rebeldia: bati de frente com meus pais, meus professores, com o mundo e qualquer regra que me era imposta à grosso modo!
Neste momento da minha vida, eu não me reconhecia. Fiz coisas por impulso. Vivi intensamente. Corri grandes riscos. Levei tombos épicos! Mas aprendi, também! Fui um rebelde sem causa, um tolo na verdade.
Foi na adolescência que enfrentei meu pai pela primeira vez e afirmei minha personalidade! Certo dia pedi pra eles pra ir numa festa local. Meu pai não deixou – e minha mãe nada falava -. Então, eu disse que daria um jeito de ir assim mesmo. Meu pai tentou me barrar de todas as formas (de todas as formas!). Lembro-me de apontar o dedo na cara dele e dizer: ‘Pai, a partir de hoje vou trabalhar e ajudarei financeiramente em casa no que precisarem, mas quero saber: qual o preço da minha liberdade??”. Tremi como nunca. Meu pai respirou fundo, olhou firme nos meus olhos, na certeza que não mais conseguiria me conter, e disse: “Faremos um acordo: a partir de hoje você irá trabalhar, sim, mas não quero um centavo teu pra pagar minhas contas. O seu dinheiro terá que ser usado pra pagar estudos que você realizará!”.
Meu pai não podia ter me dado um castigo pior. Eu estava numa fase rebelde, indo muito mal na escola, mau comportamento, tudo que eu menos queria era estudar mais. No entanto, aceitei! Fiz curso de Inglês, Informática, Contabilidade, Recursos Humanos, Técnico em Administração... Sobrevivi! (rs) E, hoje, agradeço a ele por tudo isso.
Neste momento da minha vida, eu não me reconhecia. Fiz coisas por impulso. Vivi intensamente. Corri grandes riscos. Levei tombos épicos! Mas aprendi, também! Fui um rebelde sem causa, um tolo na verdade.
Foi na adolescência que enfrentei meu pai pela primeira vez e afirmei minha personalidade! Certo dia pedi pra eles pra ir numa festa local. Meu pai não deixou – e minha mãe nada falava -. Então, eu disse que daria um jeito de ir assim mesmo. Meu pai tentou me barrar de todas as formas (de todas as formas!). Lembro-me de apontar o dedo na cara dele e dizer: ‘Pai, a partir de hoje vou trabalhar e ajudarei financeiramente em casa no que precisarem, mas quero saber: qual o preço da minha liberdade??”. Tremi como nunca. Meu pai respirou fundo, olhou firme nos meus olhos, na certeza que não mais conseguiria me conter, e disse: “Faremos um acordo: a partir de hoje você irá trabalhar, sim, mas não quero um centavo teu pra pagar minhas contas. O seu dinheiro terá que ser usado pra pagar estudos que você realizará!”.
Meu pai não podia ter me dado um castigo pior. Eu estava numa fase rebelde, indo muito mal na escola, mau comportamento, tudo que eu menos queria era estudar mais. No entanto, aceitei! Fiz curso de Inglês, Informática, Contabilidade, Recursos Humanos, Técnico em Administração... Sobrevivi! (rs) E, hoje, agradeço a ele por tudo isso.
Quando completei dezessete anos, meu pai me disse: “Hoje pedirei demissão no meu trabalho e, daqui pra frente, eu quero que seu irmão e você assumam a casa”. Meu irmão, explosivo e cabeça-dura, por raiva pediu demissão na semana seguinte! Ele dizia que se meu pai não queria trabalhar, ele também não ia.
Aos poucos vi a casa desabando sobre nós! Aluguel caro e contas pra pagar se acumulavam, enquanto a geladeira vazia. Minha mãe? Ela estava afastada pelo INSS, tendo o salário ‘preso’ por alguns meses (‘ burrocracia ’ desse país). Eu vendo aquela situação tomei uma atitude. Eu, pelo trabalho, já tinha parado de estudar e não concluído o Ensino Médio, consegui mais um emprego. E depois mais uns extras* (*serviços legais e honestos! Fui ser balconista de pizzaria, trabalhei como garçom, fui até cozinheiro. Juro!). Com dois empregos e alguns extras consegui equilibrar as dívidas com maestria e manter, com um certo conforto, minha família. Nunca trabalhei tanto. Acho que nem dormia!
Meses depois meu pai faleceu. Meu mundo desmoronou! Só que vi minha mãe caindo aos poucos e percebi que eu deveria ser mais forte. Peguei o leme mais uma vez e dele não soltei mais! Desde então, sou companheiro para minha mãe. Pai para meu irmão. Irmão para minha tia. E filho para minha avó. Passo a passo, firmemente, cheguei à Universidade. E estou aqui hoje pra dizer para quem estiver lendo estas linhas: QUE VALEU A PENA!
Às vezes sinto que minha vida toda foi um treinamento para o meu momento atual. Eu posso dizer que tomei a liderança nos momentos cruciais, porque mais ninguém se manifestou. E é o que mais vemos: a casa caindo e todo mundo assistindo!
Sempre ouvi de todos que sou muito determinado. Sempre fui elogiado pela minha força de vontade, garra e persistência. Essas pessoas me olham como se eu não fosse um ser humano normal. Como se eu nunca esmorecesse, não chorasse e não passasse por momentos de indecisão – como todos! -. Quero desmistificar essa imagem, porque não sou um robô, mal sabem como sofro de insegurança. Eu sou completamente indeciso e inconstante. Tenho momentos de solidão, onde eu choro e me dá uma baita vontade de jogar tudo para o ar. Mas sabe aonde me seguro? EM MIM! Eu entendi que não posso me garantir através dos outros. A nossa vida só pode e deve permanecer em nossas mãos, pois assim podemos controlar de verdade e porque fora delas torna-se perigoso. Eu posso até ser inseguro, mas não tenho medo de viver, porque minha vida sempre está em minhas mãos. E no dia que ela se for, terei o prazer de saber que morri lutando, ouvindo e levando os primeiros tiros na linha de frente de batalha!
[/ Não tema a vida. Porque a vida não temerá você! ]
Aos poucos vi a casa desabando sobre nós! Aluguel caro e contas pra pagar se acumulavam, enquanto a geladeira vazia. Minha mãe? Ela estava afastada pelo INSS, tendo o salário ‘preso’ por alguns meses (‘ burrocracia ’ desse país). Eu vendo aquela situação tomei uma atitude. Eu, pelo trabalho, já tinha parado de estudar e não concluído o Ensino Médio, consegui mais um emprego. E depois mais uns extras* (*serviços legais e honestos! Fui ser balconista de pizzaria, trabalhei como garçom, fui até cozinheiro. Juro!). Com dois empregos e alguns extras consegui equilibrar as dívidas com maestria e manter, com um certo conforto, minha família. Nunca trabalhei tanto. Acho que nem dormia!
Meses depois meu pai faleceu. Meu mundo desmoronou! Só que vi minha mãe caindo aos poucos e percebi que eu deveria ser mais forte. Peguei o leme mais uma vez e dele não soltei mais! Desde então, sou companheiro para minha mãe. Pai para meu irmão. Irmão para minha tia. E filho para minha avó. Passo a passo, firmemente, cheguei à Universidade. E estou aqui hoje pra dizer para quem estiver lendo estas linhas: QUE VALEU A PENA!
Às vezes sinto que minha vida toda foi um treinamento para o meu momento atual. Eu posso dizer que tomei a liderança nos momentos cruciais, porque mais ninguém se manifestou. E é o que mais vemos: a casa caindo e todo mundo assistindo!
Sempre ouvi de todos que sou muito determinado. Sempre fui elogiado pela minha força de vontade, garra e persistência. Essas pessoas me olham como se eu não fosse um ser humano normal. Como se eu nunca esmorecesse, não chorasse e não passasse por momentos de indecisão – como todos! -. Quero desmistificar essa imagem, porque não sou um robô, mal sabem como sofro de insegurança. Eu sou completamente indeciso e inconstante. Tenho momentos de solidão, onde eu choro e me dá uma baita vontade de jogar tudo para o ar. Mas sabe aonde me seguro? EM MIM! Eu entendi que não posso me garantir através dos outros. A nossa vida só pode e deve permanecer em nossas mãos, pois assim podemos controlar de verdade e porque fora delas torna-se perigoso. Eu posso até ser inseguro, mas não tenho medo de viver, porque minha vida sempre está em minhas mãos. E no dia que ela se for, terei o prazer de saber que morri lutando, ouvindo e levando os primeiros tiros na linha de frente de batalha!
[/ Não tema a vida. Porque a vida não temerá você! ]