Este
mês de abril, o blog faz cinco anos. Eu não imaginava, quando o
comecei, que fosse chegar tão longe. Não imaginava mesmo. Com esta,
são cento e sessenta e cinco postagens. Algumas são somente de
vídeos do Youtube; as outras, que são a grande maioria, são de
textos assinados por mim – salvo citações de outros autores
que coloco para enriquecer e enfatizar a proposta dos posts.
Nunca
me censurei por escrever errado aqui no blog. Como assumo sem
vergonha nenhuma que ainda escrevo. Aprendo muitas coisas, inclusive
sobre a gramática da língua portuguesa, escrevendo e errando aqui.
Acho importante nos atentarmos às normas do padrão culto da língua portuguesa, mas não
menos importante é nos expressarmos, é importante conhecermos e respeitarmos a língua
formal, mas a finalidade suprema de toda e qualquer língua é a informação, a aproximação, o comunicar-se, o fazer-se
entender. Nesse pensamento, não invalido a importância da língua padrão, mas me atento a não exagerar mais na preocupação da forma, que da ideia, da transmissão.
Parece
que esses anos todos de blog passaram rápido. Mas sei que não foi
bem assim. Ao ler algumas postagens antigas, marcantes, lembro-me de
alguns momentos difíceis que perduraram quase uma eternidade, pelo
menos a sensação foi essa, e como foi sofrido atravessá-los.
Certamente que escrever aqui amenizou muita coisa.
Quando
criei este espaço, eu imaginava o mundo de um jeito bem diferente.
Eu tinha uma outra cabeça, com outras ideias, outros valores e
outros conceitos. Soma-se isso a uma personalidade rebelde, e
bastante impulsiva, e poderá entender a razão de determinados
posts. Hoje me sinto feliz por ter continuado com este projeto. Para
mim esse blog foi um projeto; e começar qualquer projeto é mais
fácil do que dar continuidade nele, porque é somente na
continuidade que nos deparamos com os percalços do caminho. Mas
também, é somente na continuidade que se faz valer a pena qualquer
coisa na vida. Tudo na vida ganhará outro sentido, um maior valor,
ao persistirmos. Ao enfrentarmos. Ao resistirmos. E eu tive que
persistir muito para escrever aqui no blog... Vencer a vergonha de
falar de problemas próprios e o medo de às vezes correr o risco de
ficar exposto demais às críticas dos outros. Assumir o que pensamos
e bancar isso não é fácil. É mais bonito, e confortável,
ficarmos quietos. Causa menos atritos. Só que eu já aprendi que
pagamos um preço muito alto com isso, parceladamente. Então prefiro
ser honesto comigo, e pagar minhas dívidas à vista. Assim não tem
juros!
Nesses
cinco anos escrevendo aqui no blog aprendi muitas coisas. Desenvolvi
disciplina e organização para tornar esse espaço entendível. Meu
vocabulário enriqueceu bastante, conheci palavras novas e aprendi
escrever muitas outras corretamente; tenho certeza que isso me ajudou
a tirar uma boa nota na redação do ENEM e obter uma bolsa integral
do PROUNI – foi isso que pagou meus estudos –. Aprendi mais sobre
mim mesmo; escrever é uma forma legítima de autoconhecimento,
porque é uma espécie de materialização do que se passa dentro de
nós mesmos, e ao fazer isso trabalhamos melhor com várias questões.
Registrar os momentos ao longo desses anos todos me deu a constatação
da efemeridade da vida, hoje encaro as fases difíceis com maior
paciência, pois sei que, como tudo, elas são transitórias. Perdi
alguns medos tolos e ganhei mais coragem para assumir o que penso.
Me permiti ver e viver a minha vida com outros olhares. Diferentes. Acredito
que é extremamente rico para qualquer pessoa se abrir para novas
perspectivas de vida, através de novas leituras de mundo. Outro
grande ganho com este espaço virtual foi a oportunidade de pesquisar
sobre assuntos que fogem da minha realidade financeira, social ou
política e publicar aqui através de documentários, filmes, vídeos,
textos ou imagens de diversos autores. Acho que se eu não tivesse o
blog talvez nunca me sentisse motivado ou interessado por assuntos
tão distintos, que hoje acho tão interessantes.
Mas o maior ganho
de todos, que digo de se ter este espaço, é poder afirmar
categoricamente que todo ser humano é capaz de oferecer algo de bom
quando ele quer. Por muito tempo me julguei incapaz de muitas coisas.
Dar continuidade no blog foi uma delas. Que bom que eu estava
enganado...
Hoje quando sei de alguém que acompanha o blog que, em
algum momento da sua vida, seja lá de que forma, por um instante que
seja, o que eu escrevi marcou essa pessoa, isso me revigora.